Indígenas resgatados em SC viviam em condição de escravidão em fazenda de mandioca

Indígenas em condição análoga à escravidão são resgatados em fazenda de mandioca em SC

Vítimas viviam em barracos de lona e de madeira, com piso de terra batida, sem portas e janelas, segundo o MPF. Elas não tinham acesso a banheiro e água potável para consumo.

Indígenas são resgatados em condição análoga à escravidão em fazenda de mandioca em SC

Sete indígenas, incluindo dois menores de idade, foram resgatados de uma fazenda de mandioca na zona rural de Itapiranga, no Oeste de Santa Catarina, onde viviam em condição análoga à escravidão, informou o Ministério Público Federal (MPF) nesta terça-feira (10). O suspeito não foi preso. Ele recebeu uma notificação quitar os valores rescisórios das vítimas.

O alojamento das vítimas, segundo o órgão, consistia em barracos de lona e de madeira, com piso de terra batida, sem portas e janelas. Os trabalhadores não tinham acesso a banheiro, água potável para consumo e a condições mínimas condições de higiene, segurança e conforto.

A ação ocorreu na última sexta-feira (6) e divulgada nesta terça-feira (10). A ação foi realizada pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), vinculado à Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Ainda conforme o MPT, os indígenas da etnia Guarani-Mbya também não tinham qualquer tipo de vínculo formal, e a empresa não recolhia encargos trabalhistas, previdenciários ou fiscais. O nome do empregador não foi divulgado.

Além dos resgatados com menos de 18 anos, uma das trabalhadoras submetidas às condições degradantes estava com crianças pequenas no local. As irregularidades trabalhistas, segundo o MPF, geraram cerca de 30 autos de infração.

O empregador foi notificado pela Auditoria-Fiscal do Trabalho a interromper imediatamente as atividades que colocavam os trabalhadores à condição análoga à escravidão. Também deve regularizar e rescindir os contratos de trabalho e, ainda, quitar os valores rescisórios, avaliados em R$ 21.999,63.

O pagamento deve ser realizado pelo empregador a partir de quarta-feira (11). O GEFM também providenciará a emissão e entrega das Guias de Seguro-Desemprego aos trabalhadores resgatados, que dão às vítimas o direito de receber três parcelas de um salário-mínimo (R$ 1.412,00) cada. Segundo o auditor-fiscal do trabalho André Wagner Dourado, representante do MTE e coordenador da operação, “as condições subumanas nas quais os trabalhadores foram encontrados inviabilizavam a manutenção do mínimo de dignidade.”

Os indígenas resgatados são da comunidade Guarani-Mbya, localizada na Linha Becker, às margens do rio Peperi-Guaçu, em Itapiranga (SC).

Em março de 2024, o MPF já havia visitado a comunidade e constatou que os moradores vivem em condição de vulnerabilidade social no local, onde faltam banheiro e itens de higiene básica. As crianças, ainda segundo o órgão, não possuem acesso à educação e grande parte dos indígenas continuam sem documentação.

Por isso, a partir da visita, o MPF expediu três recomendações visando melhorar as condições de vida do grupo.

O g1 questionou a Funai, a Polícia Federal e a prefeitura sobre o andamento dos pedidos, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

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Tragédia em família: Bolo de confraternização em Torres mata três e deixa dois internados; casos de intoxicação investigados

Era uma tradição da família’, diz amiga de vítima sobre bolo de confraternização em Torres; três morreram e dois estão internados

Os corpos das vítimas foram levados para necropsia, que irá atestar a causa da morte. De acordo com a Polícia Civil, a suspeita é de intoxicação alimentar ou envenenamento. O doce foi recolhido e também será analisado.

Três pessoas morreram após consumir bolo em Torres. Uma amiga de uma das vítimas relatou que o preparo do alimento era um hábito familiar nas festividades de fim de ano.

As primeiras vítimas foram identificadas como Maida Berenice Flores da Silva, 58 anos, e Tatiana Denize Silva dos Santos, de 43 anos. Elas eram tia e sobrinha, segundo informações da Polícia Civil. Uma terceira mulher faleceu no hospital na noite de terça-feira. Seu nome não foi divulgado.

As três mortes ocorreram com intervalo de algumas horas. As duas primeiras vítimas tiveram parada cardiorrespiratória, conforme o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes de Torres. A terceira teve como causa do óbito “choque pós intoxicação alimentar”.

Outras três pessoas da mesma família buscaram cuidados médicos e uma delas já recebeu alta. A mulher responsável pela preparação do bolo e uma criança de 10 anos permanecem hospitalizadas. Ambos consumiram o alimento.

Segundo a Polícia Civil, sete membros da mesma família estavam reunidos em uma casa em um café da tarde, quando começaram a passar mal. Apenas uma pessoa não consumiu o bolo. A investigação foi iniciada e os corpos foram encaminhados para necropsia, enquanto os alimentos foram recolhidos para serem periciados.

O delegado responsável pela investigação informou que havia alimentos vencidos na residência, além de um frasco contendo um líquido branco suspeito, que será periciado. A polícia descobriu que o ex-marido da mulher que preparou o bolo faleceu em setembro por intoxicação alimentar. Agora, um inquérito foi aberto, e a exumação do corpo foi solicitada.

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