Infectologista orienta sobre picadas e mordidas de animais

No mês de julho, é cada vez mais comum acidentes com animais peçonhentos e ataques de cães e gatos. O número de casos aumenta por causa das férias escolares, e as crianças são os principais alvos desses acidentes. Por isso, o cuidado com o local onde elas brincam deve ser redobrado.

De acordo com a Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO), já foram registrados quase 3 mil acidentes envolvendo animais peçonhentos este ano. No Hospital Estadual de Trindade (Hetrin), já registrou, só no início de julho, 14 casos envolvendo escorpiões, cães e gatos.

Picadas e mordidas

Em junho, quando teve início o período de férias, foram registrados 27 atendimentos referente à zoonoses. Com o aumento dos casos, a infectologista do Hetrin, Pamela Wander Rosa, alerta sobre como proceder e prevenir esses acidentes.

Ela aponta que cuidados simples como manter o quintal sempre limpo, livre de entulhos e ralos sempre que possível fechados, ajudam na prevenção de animais peçonhentos.

Em lugares abertos, como chácaras, acampamentos em rios e parques, o uso de roupas e calçados adequados é essencial, assim como em locais de mata ou grama alta, adotar sempre o uso de calça comprida e sapatos fechados.

“O cuidado deve ser redobrado ao manusear montes de folhas, arbustos e ao estar em locais como beira de lago ou rio. Caso a pessoa esteja uma área afastada, não existem medicamentos antivenenos de uso domiciliar”, explica a infectologista, informando que a soroterapia adequada fica disponível apenas em unidades de atendimento hospitalar.

Pamela ressalta que, sempre que for seguro e possível, é importante registrar, por foto, o animal que causou o acidente, pois isso auxilia na conduta do profissional de saúde.

“Mas atenção: matar e transportar animais silvestres é crime, além de haver o risco de novo acidente, portanto, esses animais não devem ser levados à unidade de saúde”, orienta a médica.

O que fazer

Em caso de acidente, a orientação é lavar o local com sabão e água limpa e abundante, não garrotear a área afetada, não sugar, nem perfurar a lesão ou as bolhas e não passar substâncias ou produtos sem orientação médica. E procurar, o mais rápido possível, o atendimento médico.

Diante desse cenário, é importante lembrar que muitas doenças têm sua origem nas zoonoses, sendo transmitidas pelos contatos com animais por mordidas, arranhões, secreções ou picadas.

“Manter o quadro vacinal completo também é essencial nesses casos, como da febre amarela, da raiva e outras vacinas disponíveis”, reforça Pamela.

Quando encontrar algum animal peçonhento em casa ou na rua, o mais indicado é ligar para o Centro de Zoonoses da Secretaria de Saúde da cidade ou acionar o Corpo de Bombeiros, no telefone 193.

Em casos de picadas ou mordidas, sempre procure atendimento médico imediato para avaliação. O Hetrin funciona 24 horas e com uma equipe capacitada para fazer o atendimento inicial e encaminhamento para unidade especializada, caso seja necessário.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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