Inflação vai de 0,89% á 1,14% em setembro, de acordo com prévia

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou nesta sexta-feira (24) dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor 15 (IPCA-15), onde aponta uma prévia da inflação oficial do país, a qual acelerou de 0,89% em agosto para 1,14 em setembro.

O resultado é o maior para o mês de setembro, desde que o Plano Real foi criado em 1994, quando a inflação ficou em 1,63%. Ainda batendo recordes, é a maior taxa do indicador desde 2016, quando ficou em 1,42%.

De acordo com doutor em economia e professor da UFG, Edson Roberto, a gasolina e a energia elétrica foram os itens que sofreram mais impacto com o aumento.

“Os combustíveis se destacam com o aumento de quase 44% do preço do etanol nos últimos 12 meses e 33% do preço da gasolina no mesmo período”, pontua Edson.

Segundo o IBGE a energia elétrica teve alta de 3,61% em setembro, abaixo da registrada em agosto, que foi de 5%. Para o economista, o aumento da inflação impacta diretamente na mesa da população menos favorecida.

“A inflação reduz o poder de compra das pessoas e tem impactado especialmente as pessoas mais pobres. Para essas, a inflação mais alta tem significado ou a redução do número de itens adquiridos, ou a redução da qualidade desses itens ou até mesmo a falta de alguns bens essenciais no dia dia” e acrescenta “e o grande problema é que os itens que estão puxando a inflação são essenciais e de difícil substituição, causando o empobrecimento de muitas famílias”.

Além do transporte e da habitação (energia elétrica) os setores de artigos de residência e saúde e cuidados pessoas também tiveram variações. Em setembro, no setor de alimentação, a inflação foi de 1,02% (agosto) para 1,27%. A taxa tem acelerado desde março. O aumento das carnes foi o principal motivo para o acirramento, com reajuste de 1,10%.

Para ‘amenizar’ a falta de alimentos na mesa, o economista dá uma dica: “Muitos produtos, como energia, gás de cozinha e alimentos são de difícil substituição, mas as famílias os estão substituindo na medida do possível. É preciso tentar aproveitar eventuais promoções, especialmente em algumas redes de supermercados que possuem dias específicos nos quais fazem promoções de frutas e verduras e de carnes”, conclui.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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