Influenciador denuncia racismo em boate de BH: ‘Você tem o sorriso bonito, se você fosse escravo, você seria caríssimo’
Caso foi registrado na madrugada deste domingo (1º), em casa noturna no Centro
da capital. Segundo a vítima, suspeito ainda disse que era formado em história e
aprendeu na faculdade que ‘negros com dentes mais bonitos eram mais caros’.
1 de 2 Influenciador Douglas Ferreira de Paula, de 33 anos, denunciou que foi
vítima de racismo — Foto: Reprodução/Redes sociais
O influenciador Douglas Ferreira de Paula, de 33 anos, denunciou que foi vítima de
racismo — Foto: Reprodução/Redes sociais
O influenciador Douglas Ferreira de Paula, de 33 anos, denunciou ter sofrido racismo, na madrugada deste domingo (1º), em uma boate no Centro de Belo Horizonte. Segundo ele, durante o evento, um homem se aproximou e disse: “Você tem o sorriso bonito, se você fosse escravo, você seria caríssimo”.
O caso foi compartilhado pela própria vítima nas redes sociais. Ao Diário do Estado, Douglas afirmou que ficou muito triste e constrangido com a situação (leia mais abaixo).
2 de 2 Influencer usou redes sociais para relatar ocorrido — Foto:
Reprodução/Redes sociais
De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, o suspeito, identificado como Patrick Silva Gomes, de 27 anos, abordou o influencer, proferiu a ofensa racista e se afastou.
Minutos depois, ele voltou e falou: “Eu sou formado em história e aprendi na faculdade que os negros que tinham os dentes mais bonitos eram os mais caros”. Ainda conforme o documento, testemunhas presenciaram o ocorrido e confirmaram o teor racista das declarações.
Ao tomar conhecimento do fato, o dono da casa noturna pediu apoio dos seguranças, e a PM foi chamada. Em conversa com os policiais, o suspeito, que afirmou ser publicitário, não reproduziu o que havia dito à vítima. Diante dos relatos, Patrick Silva Gomes foi detido. O Diário do Estado tenta contato com a defesa dele e a boate para um posicionamento.
‘MADRUGADA DE TERROR’
Douglas Ferreira de Paula disse que ficou sem reação com o que ouviu do suspeito e passou por uma “madrugada de terror”.
> “Estava indo embora, e minha amiga falou que eu não deveria sair, e sim o racista. Ele tentou fugir pela escada de emergência, mas os seguranças seguraram ele até a polícia chegar”, contou.
O influenciador também criticou a condução da polícia sobre o caso, porque, segundo ele, o homem foi liberado horas depois.
> “Eu precisei chamar uma advogada especializada em causas raciais. Foi quando eu percebi que as coisas começaram a ser tratadas certas. E eu vi que eles fazem muitas barreiras para que a denúncia continue. Fiquei triste com a situação e constrangido com tudo que aconteceu”, relatou.
O Diário do Estado procurou a Polícia Civil para saber se o caso será investigado e questionou a instituição sobre os apontamentos feitos pela vítima, mas não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem.