Influenciador Nego Di é advertido pela Justiça por descumprir medidas cautelares

A Justiça do Rio Grande do Sul advertiu o influenciador Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, por ele ter aparecido em vídeos nas redes sociais após sair da prisão. A decisão foi publicada na terça-feira (3), após pedido do Ministério Público (MP). A advertência determina que Nego Di “observe os termos estritos da decisão que lhe concedeu a soltura”. De acordo com a decisão do ministro Reynaldo Soares da Fonseca, entre as medidas cautelares impostas, está a “proibição de frequentar/usar redes sociais”. A exigência teria sido descumprida, pois em uma confraternização realizada após a soltura, Nego Di apareceu em fotos e vídeos postados pelas advogadas e pela esposa dele.

Réu por estelionato e lavagem de dinheiro, o humorista teve liberdade provisória concedida e deixou a Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan) na quarta-feira (27). A advogada de Nego Di, Camila Kersch, afirma que “Dilson está comprometido em cumprir fielmente as medidas cautelares alternativas impostas com a concessão da liberdade”. As publicações que infringiram a decisão não foram feitas por Nego Di, mas por uma das advogadas do influenciador.

O especialista em Ciências Criminais e professor da PUCRS Marcos Eberhardt esclarece que a “cautelar é de natureza pessoal e intransferível”. Caso houvesse o entendimento de que a postagem de terceiros serviu para transmitir uma mensagem ou um recado ao público, isso implicaria em descumprimento da determinação. Se for interpretado que a exigência não foi respeitada, Nego Di poderia voltar para a prisão. A soltura do humorista foi concedida pelo STJ até o julgamento do mérito do habeas corpus solicitado pela defesa.

Nego Di é réu por crimes de estelionato qualificado pela fraude eletrônica. Segundo o Tribunal de Justiça, o influenciador e o sócio teriam lesado mais de 370 pessoas com vendas pelo site Tadizuera. A apuração da Polícia Civil indica que a movimentação financeira ligada a Dilson na época ultrapassa R$ 5 milhões. Em áudio antes da prisão, Nego Di citou ‘estornos estratégicos’. Caso a exigência do STJ não seja respeitada, o influenciador poderá voltar para a prisão, segundo o especialista.

Gaúcho de Porto Alegre, Dilson Alves da Silva Neto, mais conhecido como Nego Di, participou do Big Brother Brasil em 2021. Ele entrou como integrante do grupo Camarote e foi o terceiro eliminado do programa. Após o reality, ele promovia rifas em redes sociais, atividade investigada pelo Ministério Público. Nego Di já havia sofrido sanções da Justiça do Rio Grande do Sul por divulgação de fake news em seus perfis. A Justiça determinou a exclusão imediata das publicações e proibiu Nego Di de reiterar as afirmações mentirosas.

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64 suspeitos investigados por desviar R$ 2,5 mi de tratamento de câncer de menina no Paraná: Polícia Civil de Cascavel identifica envolvidos.

64 pessoas estão sendo investigadas no estado do Paraná por suspeitas de terem desviado R$ 2,5 milhões destinados ao tratamento de uma menina com câncer. Segundo informações da polícia, essas pessoas receberam depósitos do dinheiro desviado da compra da medicação e estão sendo investigadas quanto ao eventual dolo dos envolvidos ou se houve utilização inadequada das contas para lavagem de dinheiro. A investigação teve início em junho de 2024, após a mãe da menina denunciar à Polícia Civil que não havia recebido toda a medicação necessária para o tratamento de sua filha, Yasmin, de 11 anos, residente na cidade de Cascavel.

A Polícia Civil de Cascavel, no oeste do Paraná, identificou um total de 64 pessoas suspeitas de desviar os recursos que deveriam ter sido utilizados na compra do medicamento Danyelza para o tratamento de câncer da menina Yasmin. A investigação teve início após a denúncia da mãe de Yasmin, que não havia recebido toda a medicação necessária para o tratamento de sua filha. O Governo do Paraná foi condenado a pagar pelo tratamento, uma vez que o remédio não era disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Após análise do sigilo bancário, a Polícia Civil identificou a utilização de 64 contas em nome de diferentes pessoas que receberam depósitos do dinheiro desviado da compra da medicação. A delegada Thais Zanatta afirmou que, a partir da investigação, foi possível identificar as pessoas envolvidas que receberam os valores provenientes do bloqueio de recursos destinados à compra dos medicamentos da menina. No entanto, ainda não há confirmação se as 64 pessoas serão indiciadas ou denunciadas, pois aguarda-se a comprovação do dolo das pessoas e da real movimentação das contas.

Com a repercussão do caso, o Governo do Paraná efetuou uma nova aquisição dos medicamentos necessários para o tratamento de Yasmin, permitindo assim que a menina possa concluir seu tratamento. A investigação segue em sigilo, com foco no rastreamento do dinheiro nas contas bancárias das suspeitas de envolvimento no desvio. O objetivo é determinar se elas tinham conhecimento do crime ou se também foram vítimas de fraude. A polícia busca recuperar todo o montante desviado e apurar possíveis casos de lavagem de capital entre os investigados.

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