Influenciadora ‘ervoafetiva’ nega participação em tráfico de drogas: ‘Ninguém no mundo deveria ser preso por fumar maconha’
Investigações apontaram que Melissa Said fazia apologia ao uso de drogas, além de comercialização, armazenamento e distribuição de maconha em Salvador. Influenciadora foi presa.
A influenciadora digital Melissa Said, conhecida por produzir conteúdo sobre o uso de maconha para mais de 300 mil seguidores em uma rede social, disse ao ser encontrada, que a prisão dela era uma “vergonha”. Ela também negou que traficava drogas.
> “É uma vergonha. Ninguém no mundo deveria ser preso por fumar maconha”, disse Melissa Said, na frente do Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
Após o breve pronunciamento, a influenciadora baiana e autodeclarada “ervoafetiva” foi questionada por jornalista sobre as acusações de apologia ao uso de entorpecentes e associação ao tráfico e respondeu: “Não existe tráfico”.
Quando perguntada se ela apenas usuária, ela afirmou: “Com certeza”.
Melissa Said foi presa na quinta-feira (23), na casa de uma amiga, no bairro de Itapuã, em Salvador. A influenciadora estava foragida desde quarta (22), quando se tornou alvo da “Operação Erva Afetiva”, da Polícia Civil. Ela vai passar por audiência de custódia nesta sexta (24).
O DE tenta contato com a defesa da suspeita, mas não conseguiu até a última atualização desta reportagem.
Segundo a instituição, Melissa integra um grupo criminoso envolvido no tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro. Em nota, a polícia informou que ela foi encaminhada à sede do Denarc, onde foi interrogada e encaminhada para o Conjunto Penal Feminino, no bairro de Brotas.
Said é apontada como articuladora do grupo criminoso. Ainda conforme a polícia, essa não é a primeira vez que a influenciadora é alvo de uma ação policial. Ela já havia sido conduzida a uma delegacia, após ser flagrada com uma porção de drogas no aeroporto de Salvador.
Além de Melissa Said, dois homens foram presos em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), e outros dois em São Paulo. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos pela polícia durante a ação: cinco deles em na capital baiana e outros cinco em São Paulo.
Para a polícia, Melissa utilizava seu alcance nas redes sociais para comercializar maconha, com fornecedores identificados na Bahia e em São Paulo. As apurações ainda apontam que ela comprava a droga e repassava a alguns seguidores, por meio de contatos nas plataformas digitais. Em uma ocasião, no período natalino, a investigada distribuiu “kits” com cigarros de maconha nas ruas, em ato de autopromoção.
De acordo com o diretor do Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), delegado Ernandes Júnior, durante o cumprimento dos mandados relacionados à investigada, foram realizadas buscas em três endereços, onde os policiais apreenderam pequenas porções de drogas e um celular, que será submetido à perícia.
A influenciadora Melissa Said era companheira do também influenciador Tássio Barcelar. O baiano, que produzia conteúdo sobre maconha e chegou a ter 700 mil seguidores em uma rede social, morreu em 2023, aos 40 anos. A jovem começou a produzir conteúdo junto com ele, em 2022. Além de influenciador, Tássio era tatuador e teve Preta Gil como uma de suas clientes. Segundo a Polícia Civil, a causa da morte dele foi um traumatismo craniano causado por uma queda de bicicleta. Na ocasião, Melissa publicou uma homenagem nas redes sociais: “Para sempre no meu coração, meu amor. Te amo mais que tudo”.




