Inhumas: Justiça afasta 2 vereadores e mais 9 servidores públicos

Entre os afastados está o presidente da Câmara Municipal, vereador Gleiton Luiz Roque (PTB), conhecido como Tumate

A Polícia Civil de Inhumas realizou a 2° fase da Operação Assepsia na manhã desta segunda-feira (23). Foram cumpridos mandados judiciais que determinam o afastamento e impedimento de exercer funções públicas, inclusive do mandato, pelo prazo de 180 dias, do Presidente da Câmara Municipal, vereador Gleiton Luiz Roque (Tumate – PTB) e do também vereador Leandro Essado (PMDB).

Também receberam a determinação de afastamento os funcionários públicos Hugo Mendanha (advogado e assessor juridico); Wender Aparecido Chaves Osório (advogado); Larissa Pacheco Camilo (diretora geral); Ivolnês de Jesus Oliveira, vulgo “Diodai” (diretor contábil); Luiz Henrique Canedo Vila Verde (contador); Rodolfo de Moraes Duarte Neto (assessor parlamentar); Murilo Brandão Calil e Beigson Pereira Rodrigues, ambos membros da Comissão de Licitação.

De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Humberto Teófilo, há fortes indícios da existência de uma organização criminosa constituída na Câmara Municipal de Inhumas, com o intuito de obter vantagens indevidas decorrentes de fraudes perpetradas em licitações.

A decisão judicial também determina a proibição dos investigados de frequentarem a Câmara Municipal e do escritório de advocacia Hugo Mendanha Advogados Associados. No local, segundo as investigações, diversas pessoas estariam sendo instruídas a obstruir a Justiça. Em caso de descumprimento da ordem judicial, pode ser decretada a prisão preventiva dos envolvidos.

O prejuízo aos cofres públicos, calculado pela polícia, pode chegar a mais de 300 mil reais em apenas 10 meses de gestão do Presidente da Câmara Tumate.

1° fase

A 1ª fase da operação “Assepsia” foi deflagrada no dia 19 de setembro do corrente ano, momento em que policiais civis cumpriram diversos mandados de busca e apreensão, dentre eles na Câmara Municipal de Inhumas e na residência do Presidente da Casa, “Tumate”.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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