Injustiça no Castelão: Torcedor preso por engano gera debate sobre sistemas de identificação e justiça

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Torcedor preso em jogo no Castelão foi confundido com procurado de mesmo nome

Um torcedor do Fortaleza foi preso durante uma partida de futebol na Arena Castelão, em Fortaleza, após ser reconhecido pelo novo sistema biométrico do estádio. No entanto, o mandado de prisão expedido contra ele era destinado a outra pessoa. O homem capturado, identificado como Daniel da Silva, de 40 anos, foi preso por engano, segundo a Defensoria Pública do Ceará. O mandado cumprido contra ele, na verdade, era para outro homem com o mesmo nome, quatro anos mais novo.

Os dois homens, além de terem nomes idênticos, possuem mães com nomes iguais, ambas chamadas Maria das Graças da Silva. A diferença entre eles não se limita apenas à idade, mas também à naturalidade. O Daniel preso injustamente nasceu em Quixadá, enquanto o Daniel procurado nasceu em Fortaleza. Além disso, seus CPFs e RGs são diferentes.

A prisão do torcedor ocorreu no mesmo dia em que foi inaugurado o novo sistema de reconhecimento biométrico do Castelão. Ele foi identificado pelas câmeras e apontado como condenado por crimes como receptação, porte ilegal de arma de fogo e corrupção de menores, com um mandado de prisão em aberto. No entanto, o problema estava no processo, pois os dados referentes ao crime de receptação estavam incorretos, pertencendo na verdade ao Daniel nascido em Quixadá, não ao inocente.

Após passar por uma audiência de custódia, Daniel foi colocado em liberdade com o uso de tornozeleira eletrônica. A Defensoria Pública entrou com um pedido de habeas corpus preventivo para excluir os dados do quixadaense do processo, que está em análise na 3ª Câmara Criminal. O caso gerou comoção e indignação, com o próprio Daniel pedindo por justiça e ressaltando o constrangimento pelo erro cometido.

O crime que deu origem a todo esse equívoco ocorreu em novembro de 2016, quando Daniel da Silva e um adolescente assaltaram um homem em uma moto. Após uma colisão durante a fuga, foram detidos pela polícia. Porém, devido a uma confusão nos dados, o Daniel correto não compareceu ao julgamento e foi condenado à revelia. Ele cumpriu uma série de medidas cautelares e, ao não segui-las, teve um mandado de prisão expedido, com os dados do acusado errados.

Diversas autoridades, como a Secretaria de Segurança Pública do Ceará, o Tribunal de Justiça do Ceará, a Defensoria Pública do Ceará e o Ministério Público do Ceará se manifestaram sobre o caso, cada um defendendo sua posição. A Justiça suspendeu temporariamente a execução da pena de Daniel para verificar o suposto erro e as partes envolvidas continuam analisando o caso. A situação gerou discussões sobre a necessidade de aprimorar os sistemas de identificação para evitar falhas tão graves no futuro.

Portanto, a prisão do torcedor na Arena Castelão por engano trouxe à tona questões importantes sobre a segurança, a justiça e a necessidade de garantir que os sistemas de identificação funcionem de maneira eficaz e precisa para evitar injustiças como essa no futuro. É fundamental buscar soluções para garantir que casos como o de Daniel da Silva não se repitam.

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