A Polícia Federal concluiu que havia data marcada para Bolsonaro assinar um decreto golpista. O inquérito da PF, que indiciou 37 pessoas, incluindo o ex-presidente e militares, tem mais de 800 páginas. O relatório do inquérito revela detalhes sobre a trama golpista, supostamente envolvendo militares e ex-integrantes do governo anterior, com a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo a investigação, o golpe estava planejado para acontecer em 15 de dezembro de 2022.
O documento, que teve seu sigilo retirado pelo ministro Alexandre de Moraes do STF, revela que era esperada a assinatura do decreto golpista por Bolsonaro nessa data. No mesmo dia, militares monitoraram Alexandre de Moraes. A ação clandestina atingiu seu ápice em 15 de dezembro de 2022, quando se esperava a assinatura do decreto pelo presidente. O trecho do relatório afirma que os “Kids Pretos” iniciaram a execução da ação clandestina visando a prisão ou execução do ministro.
O relatório da PF foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República para análise, onde será decidido se haverá denúncia judicial. O indiciamento das 37 pessoas é resultado de uma investigação que durou quase dois anos e foi concluída após a Operação Contragolpe. O plano de golpe incluía até mesmo o assassinato de autoridades como Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes.
Além de Bolsonaro, estão na lista de indiciados nomes como Braga Netto e Augusto Heleno, todos acusados de crimes como golpe de Estado e organização criminosa. O grupo teria se articulado em diferentes núcleos de atuação para evitar a posse da chapa vencedora em 2022. O relatório da PF aponta que os investigados se estruturaram em seis diferentes grupos com o objetivo comum de desacreditar o processo eleitoral e promover o golpe.
Estes núcleos incluem a disseminação de desinformação, o incitamento de militares ao golpe, um núcleo jurídico, operacional, de inteligência paralela e de cumprimento de medidas coercitivas. Cada núcleo tinha participantes específicos e funções bem definidas. A investigação revelou que houve uma organização meticulosa para tentar efetivar o golpe de Estado planejado. O Brasil aguarda agora decisões do judiciário com base nessas informações reveladas pela PF.