Uma empresa envolvida em um inquérito sobre patrocínio do Corinthians está sendo investigada por supostos vínculos com o PCC e lavagem de dinheiro no futebol português. A Federação Portuguesa de Futebol está apurando se o crime organizado financiou um time da terceira divisão, bem como se houve negociações ilícitas de compra e venda de jogadores. O clube nega qualquer envolvimento com a UJ Football Talent, a empresa citada no caso, e também refutou as acusações de ilegalidade.
A UJ Football Talent recebeu mais de R$ 800 mil do Corinthians, de acordo com informações divulgadas. Além disso, a empresa é alvo de investigações não só no Brasil, mas também em Portugal por suspeitas de lavagem de dinheiro e ligações com o PCC. A Federação Portuguesa de Futebol abriu uma investigação após um jornal local apontar possíveis irregularidades no envolvimento da UJ Football em transações ilícitas no futebol do país europeu.
Segundo relatórios da Polícia Civil de São Paulo, empresários brasileiros vinculados ao PCC estariam atuando no Fafe, clube português da terceira divisão. As transferências de jogadores teriam sido usadas para lavagem de dinheiro pelo PCC. No entanto, o clube nega ter qualquer ligação com a UJ Football ou seus acionistas, afirmando que o sócio da assessoria esportiva desistiu do negócio por motivos pessoais.
Portugal é apontado como um dos países onde o PCC tem atuação significativa, expandindo suas atividades para o mercado do futebol. O pesquisador Roberto Uchoa destaca que a organização criminosa busca diversificar suas operações, incluindo a lavagem de dinheiro por meio do esporte. As autoridades europeias estão atentas a essa conexão entre o crime organizado e o futebol, principalmente em divisões de acesso.
O empresário Danilo Tripa, associado ao PCC, é apontado como sócio oculto da UJ Football Talent, o que levanta suspeitas sobre possíveis irregularidades nas transações da empresa. A polícia também investiga movimentações financeiras suspeitas feitas pela UJ Football, contribuindo para a ligação entre o futebol e o crime organizado. A situação se agrava com a suposta tentativa de aquisição de clubes de futebol em Portugal pelo PCC.
Em meio a essas investigações, o presidente afastado do Corinthians, Augusto Melo, foi indiciado por crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e furto. Irregularidades no contrato entre o clube e a casa de apostas VaideBet, além de possíveis vínculos com o PCC, foram descobertas pela Polícia Civil. O clube e seus dirigentes afirmam não ter qualquer participação nas denúncias.
A UJ Football Talent e o clube AD Fafe se defendem das acusações, afirmando não terem vínculos com o crime organizado ou com o PCC. Ambas as empresas negam qualquer relação com os empresários envolvidos nas investigações. O empresário Danilo Lima de Oliveira também se pronunciou, garantindo não ter envolvimento com os fatos sob investigação. A transparência e a confiança na justiça são ressaltadas pelas partes envolvidas.