Inscrições prorrogadas: Etecs oferecem 4,6 mil vagas gratuitas no Vale do Paraíba\FrameworkBundle

As inscrições para 4,6 mil vagas de Ensino Médio e cursos técnicos gratuitos das Etecs no Vale do Paraíba e região foram prorrogadas. Agora, os interessados têm até a próxima quinta-feira (28) para se candidatarem. Essas vagas são válidas para cursos que terão início a partir do primeiro semestre de 2025.

O Centro Paula Souza é o responsável por essa iniciativa e as inscrições para o vestibulinho das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) para os cursos do Ensino Médio e Técnico poderão ser feitas até às 20h do dia 28 de novembro. No Vale do Paraíba e região, estão sendo disponibilizadas pelo menos 4.630 vagas em diversas modalidades presenciais.

De acordo com informações da entidade, além dos cursos presenciais, também há a oferta de cursos na modalidade online. O vestibulinho oferece oportunidades em todo o Estado de São Paulo para cursos técnicos, ensino médio integrado ao técnico, ensino médio, especializações técnicas, entre outras oportunidades. A taxa de inscrição é de R$ 39,85 e para os candidatos que não possuem acesso à internet, as Etecs de todo o estado de SP estão disponibilizando equipamentos.

O exame será realizado no dia 15 de dezembro, às 13h30, e os interessados devem se inscrever por meio do site da instituição. Diversas cidades da região do Vale do Paraíba oferecem vagas para diferentes cursos. Em Atibaia, há 360 vagas disponíveis, em Bragança Paulista são 195 vagas, em Caçapava 280 vagas, em Cachoeira Paulista mais 280 vagas e em Caraguatatuba 300 vagas disponíveis.

Além dessas cidades, outras também estão oferecendo vagas, como Cruzeiro com 480 vagas, Cunha com 40 vagas, Guaratinguetá com 400 vagas, Jacareí com 280 vagas, Lorena com 400 vagas, Pindamonhangaba com 440 vagas, Piquete com 40 vagas, Roseira com cadastro reserva, São José dos Campos com 320 vagas, São Sebastião com 320 vagas, Taubaté com 355 vagas e Ubatuba com 140 vagas.

A região do Vale do Paraíba e Bragantina é muito rica em oportunidades educacionais e os cursos técnicos e do Ensino Médio oferecidos pelas Etecs são uma excelente forma de se qualificar para o mercado de trabalho. Não perca essa chance e faça a sua inscrição para concorrer a uma vaga nos cursos disponíveis. As inscrições são válidas até a próxima quinta-feira (28).

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Enfermeira se torna cafeicultora sustentável em Franca: história de amor pela terra

Enfermeira que virou cafeicultora após morte do pai em incêndio conta como tornou produção sustentável: ‘Amor pela terra’

Renata Takaoka mantém plantio de 35 hectares em propriedade marcada pela preservação de recursos hídricos e plantio de árvores em Franca. Cidade paulista mantém forte relação com a cafeicultura há 200 anos.

Renata Takaoka é enfermeira de formação, mas há mais de duas décadas adotou a cafeicultura como atividade profissional e missão de vida. É ela quem coordena a fazenda da família em Franca (SP)
[https://de.de.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/cidade/franca/], desde que o pai e agricultor Arnaldo Campos morreu em decorrência de um incêndio na propriedade rural. Um negócio que ela nunca cogitou desfazer, mesmo com grandes propostas de compra das terras.

> “Não vendo, não doo, não empresto, já tivemos propostas como se fosse ganhar duas vezes na loteria sozinha, mas isso daqui é o amor, isso é um amor que a gente tem pela terra, pela história, isso é um legado que quero deixar para os meus filhos, para os meus netos”, diz.

Renata Takaoka, cafeicultora em Franca (SP) — Foto: Reprodução/EPTV

Hoje, são 35 hectares de café de uma produção que ela se orgulha de dizer que tem como base preceitos sustentáveis, das práticas de conservação dos recursos hídricos ao plantio de árvores e preservação da natureza no entorno.

“Isso é um vício, porque a gente fica apaixonado, você quer fazer o café melhor, você quer ter uma plantação melhor, você tem que cuidar da natureza, a gente aqui cuida dos bichos, a gente não deixa pescar, não deixa caçar, eu já plantei nesses 20 anos cinco mil árvores na fazenda. Nós não temos problema agora com mina d’água. Nós tivemos a tranquilidade de a mina não baixar, ela não ter esse sofrimento, porque todas as minas estão preservadas”, afirma.

Cafezal na região de Franca (SP) — Foto: Reprodução/EPTV

FRANCA E CAFÉ: RELAÇÃO DE LONGA DATA

A forma como Renata lida com a produção exemplifica a forte relação que Franca e seus moradores mantêm com a cafeicultura ao longo de 200 anos de história. A cidade é uma das mais importantes da Alta Mogiana Paulista, atualmente uma das grandes referências nacionais de produção de café de qualidade, principalmente os considerados especiais, de alta pontuação e direcionados para exportação.

A região produz mais de 2 milhões de sacas por ano e emprega, com essa atividade, mais de 120 mil pessoas, segundo dados obtidos pela reportagem com a Alta Mogiana Specialty Coffees (AMSC), Associação do Comércio e Indústria de Franca (Acif), Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas (Cocapec) e Ministério da Agricultura.

Produção de café em Franca (SP) — Foto: Reprodução/EPTV

Um vínculo que remete ao final do século 19 impulsionado pela chegada da ferrovia e de migrantes de Minas Gerais, que chegaram ao estado de São Paulo em busca de terras para cultivar.

> “A ferrovia vai trazer uma conexão com o mundo e uma planta mundo, não é uma planta de mercado interno só, é uma planta de mercado externo. Se Franca já estava como local de passagem antes da ferrovia e muito antes dela, da chegada do império, ainda no período colonial, esse encontro da ferrovia com uma região que já produzia para mercado interno introduz uma planta de mercado externo, o fluxo de riqueza, o dinamismo vai ser outro”, afirma o historiador Pedro Tosi.

Além disso, o desenvolvimento da cafeicultura na região em muito se deve às condições climáticas e topográficas. Segundo o engenheiro agrônomo Lucas Ubiali, ao mesmo tem que estão acima dos 900 metros de altitude, o que já proporciona temperaturas mais amenas para a produção de um café de alta qualidade, as terras são planas e facilitam a mecanização.

“A altitude está diretamente relacionada à qualidade do fruto. Quando a gente tem altitudes elevadas, a cidade de Franca está entre 900 e 1.050 metros, então a gente tem essa altitude que vai favorecer a maturação mais uniforme e essa maturação mais demorada do fruto, onde ela consegue atribuir os açúcares, todas as qualidades de bebida para o cultivo do café arábica na região”, explica.

Cafeteria em Franca (SP) — Foto: Reprodução/EPTV

PRODUTIVA E SUSTENTÁVEL

O terroir da região ajuda Renata não só a ter uma grande produção, com 120 mil pés, como também um café de qualidade e premiado.

“É um prazer muito grande, é um vício, você olhar, veio a flor, agora está a bolinha, agora mesmo ele está vermelho [o fruto], daqui a pouco você colhe, ele vai pro terreiro, aí você chama pra limpar, a hora que ele sai e vai embora pra cooperativa é o triunfo da sua produção, daquilo que você está fazendo.”

Renata Takaoka, produtora de café em Franca (SP) — Foto: Reprodução/EPTV

Na fazenda dela, a irrigação é pelo sistema de gotejamento que ajuda a otimizar a quantidade de água utilizada, principalmente nos períodos de seca. A água usada vem de uma represa da fazenda abastecida por minas preservadas. Além disso, a propriedade é toda mantida por energia fotovoltaica, também suficiente para a secagem do café. O controle de pragas também é cuidadoso, com a aplicação de métodos biológicos.

“O que estou preservando aqui é a qualidade. Então não importa se eu vou vender pra fora, se eu não for, o que a gente tem aqui preservado é a qualidade do café, porque se eu bebo qualquer pessoa pode beber.”

Quando se depara com o sucesso dos negócios, Renata não deixa de mencionar o legado do pai Arnaldo Campos, descrito por ela como um homem que amava a terra e que morreu por ela. Além de ter sido responsável por implementar inovações na região, como o processo de irrigação com um pivô central, ele é lembrado por ter participado ativamente de um protesto, nos anos 1980, por melhores políticas de preços do café.

Capa de jornal registra protesto de cafeicultores na região de Franca
(SP) — Foto: Reprodução/EPTV

“O preço estava muito baixo, porque não tinha uma política de governo para garantir o preço, então a cada dia vendia a um preço, era muita oferta e a procura era muita, mas o preço não compensava. Ele erradicou toda a lavoura, queimou como forma de protesto”, afirma Renata.

A liderança do pai hoje serve de referência e força para seguir em frente. “A gente não vai esmorecer porque a gente sabe que ele, diante de pouco recurso, conseguiu muito. A gente tem muito recurso e a gente tem que fazer o dobro que ele fez.”

Cafezal na região de Franca (SP) — Foto: Reprodução/EPTV

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