Pecuaristas do interior de São Paulo estão cada vez mais apostando na inseminação artificial como uma maneira de aumentar a produção de gado. Essa técnica permite que vacas sejam fecundadas com sêmen de touros selecionados, sem a necessidade de monta natural, resultando em animais mais pesados, padronizados e lucrativos para os produtores de nelore.
Em lugar de Glicério (SP), por exemplo, toda a criação na fazenda tem passado pelo método de inseminação artificial nos últimos 25 anos. Com cerca de 300 matrizes recebendo em torno de 500 doses de sêmen por ano, a fazenda tem gerado aproximadamente 150 bezerros dessa forma. Os produtores relatam que os animais nascidos por inseminação apresentam peso e padrão mais uniformes, além de ganharem peso de forma mais rápida do que na reprodução natural.
Valdir Honório da Silva, gerente de pecuária, afirma que essa abordagem torna a atividade mais eficiente e lucrativa, uma vez que os bezerros provenientes da inseminação artificial alcançam um valor de mercado mais elevado. Em outra propriedade da região, a aspiração folicular também tem sido utilizada para coletar óvulos das vacas, contribuindo para o melhoramento genético do rebanho.
O sêmen dos touros é comercializado, com cerca de 45 mil doses já vendidas a um custo aproximado de R$ 30 cada. Os produtores ressaltam que o investimento em melhoramento genético traz retorno ao longo de cinco a oito anos, à medida que a produção dos descendentes melhora. De acordo com a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), a procura pelo sêmen cresceu mais de 14% durante o primeiro semestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo a confiança dos pecuaristas no método e na valorização futura da produção.
A inseminação artificial tem se mostrado uma ferramenta estratégica essencial na pecuária de nelore, especialmente no interior de São Paulo. Os benefícios que essa técnica proporciona, como a produção de animais mais uniformes e lucrativos, destacam sua importância no mercado pecuário local. Com o crescimento da procura pelo sêmen e o investimento contínuo em melhoramento genético, a tendência é que mais pecuaristas adotem a inseminação artificial como parte fundamental de suas operações.




