Instituições goianas lançam movimento para alcançar 50% de reciclagem até 2033: saiba mais sobre o projeto Reciclar em Goiânia!

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Instituições goianas lançam movimento para alcançar 50% de reciclagem até 2033

A meta é ampliar o índice de reciclagem em Goiânia dos atuais 1,8% para 10%, até
2026, e alcançar 50% até 2033, ano do centenário da capital

Com o objetivo de superar os baixos índices de reciclagem de resíduos sólidos
urbanos de Goiânia, Codese, Sistema OCB/GO e parceiros lançaram, na
segunda-feira (30/06), no Edifício Goiás Cooperativo, o Movimento Reciclar. A
iniciativa estabelece metas ambiciosas: elevar o atual índice de reciclagem no
município de 1,8% para 10%, até 2026, e atingir 50%, até 2033, data do
centenário da capital goiana.

Presidente Luís Alberto Pereira, Helena Ribeiro do Codese e Sandro Mabel — Foto:
Cristiano Borges

O projeto, que representa o início de um amplo pacto coletivo pela
sustentabilidade, é uma parceria entre o Conselho de Desenvolvimento Econômico,
Sustentável e Estratégico da Região Metropolitana de Goiânia (Codese), Sistema
OCB/GO, Sebrae Goiás, Fórum Empresarial (FEE) e Secretaria da Retomada, com
apoio de instituições públicas, privadas e acadêmicas.
Segundo dados da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Companhia de
Urbanização de Goiânia (Comurg), na capital, são coletadas cerca de 360
toneladas de resíduos recicláveis por dia. Entretanto, apenas 1,8% desse total é
reciclado — índice superior à média estadual de 1,7%, porém, inferior à média
nacional de 4% e abaixo dos níveis registrados em outras capitais do
Centro-Oeste, como Brasília (10,7%) e Campo Grande (3%).

No ranking nacional, Goiânia ocupa a 13ª posição em reciclagem. Cidades do
Centro-Sul apresentam desempenho significativamente melhor, como Florianópolis
(9%), Curitiba (6%) e Porto Alegre (5%).

Apesar de os projetos de coleta seletiva em Goiânia conseguirem separar até
5,26% dos resíduos domiciliares recicláveis, 65% desse material é devolvido ao
aterro sanitário. Isso ocorre devido ao descarte inadequado feito pela população
e pela contaminação do material por resíduos orgânicos já na coleta.

Estima-se que 29% do lixo coletado na capital poderia ser reaproveitado, mas
acaba sendo perdido, gerando impactos ambientais, sociais e econômicos — como
poluição de mananciais, contaminação do solo, proliferação de doenças e perdas
financeiras que podem chegar a R$ 38,4 milhões por ano.

Cooperativismo em Goiás — Foto: Freepik

Pacto institucional

Durante o seminário de lançamento, foi apresentada oficialmente a campanha do
Movimento Reciclar, com a assinatura de um pacto cooperativo entre as
instituições parceiras. No período da tarde, houve uma reunião técnica, para o
planejamento estratégico integrado entre os diversos parceiros.

Segundo o presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira, a proposta surgiu
do diálogo entre o setor produtivo, a academia e organizações voltadas à
sustentabilidade, que identificaram a necessidade de integrar projetos isolados
em uma estratégia conjunta.

Em Goiânia, o Sistema OCB/GO já atua na organização e profissionalização de
cooperativas de reciclagem, promovendo a inclusão produtiva de milhares de
catadores e famílias de baixa renda, em sintonia com os princípios da justiça
social. Essas cooperativas têm papel importante para o equilíbrio da cadeia de
reciclagem.

“O seminário representa o início de uma transformação cultural baseada na
economia circular. A proposta é substituir o modelo linear de consumo — extrair,
usar e descartar — por práticas que valorizem o reaproveitamento e a reciclagem
dos resíduos como recursos produtivos”, ressalta Luís Alberto.

Entre as entidades que já aderiram ao movimento estão a Prefeitura de Goiânia, a
Câmara Municipal, a Secretaria da Retomada do Governo de Goiás, o Ministério
Público do Estado de Goiás (MPGO), a UFG, a PUC-GO, a Ademi-GO, o Secovi-GO, a
SGPA e o IEL/Fieg, entre outras.

Cinco etapas

O Movimento Reciclar está estruturado em cinco etapas. A primeira, já em curso
com o seminário, é a mobilização. A segunda fase prevê uma ampla campanha de
conscientização e educação ambiental, voltada à população e aos setores
produtivo e educacional. A terceira etapa será o fortalecimento da coleta
seletiva, com contratação de cooperativas, ampliação dos ecopontos e instalação
de pontos de entrega voluntária.

A quarta etapa envolve a implantação da infraestrutura necessária para o
funcionamento completo da cadeia da reciclagem, incluindo armazenamento,
transporte e distribuição. Por fim, a quinta etapa busca a integração com a
indústria, tanto na origem — com a produção de materiais mais sustentáveis —
quanto no reaproveitamento de matéria-prima reciclada.

O Movimento também prevê o fortalecimento da logística reversa, incentivando
maior responsabilidade da indústria no recolhimento de resíduos, especialmente
de setores que já possuem obrigações legais, como fabricantes de bebidas e
eletrônicos.

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