Instituto Onça-Pintada é multado em R$452 mil pelo Ibama.

Instituto Onça-Pintada

O Instituto Onça-Pintada (IOP) foi multado em R$ 452 mil pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), após o órgão verificar as mortes de 72 animais por supostas negligências e maus-tratos. O IOP, que fica localizado, em Mineiros, região sudoeste de Goiás, também foi proibido de receber animais silvestres e expor indevidamente a vida dos animais na internet.

O Ibama registrou mortes de macacos, onças-pintadas, tamanduás, lobos, cervos e pássaros nos últimos seis anos. A instituição alegou que as mortes foram por picadas de serpentes, ataques de outros animais, envenenamento e até infestação de pulgas.

Em entrevista ao G1 o IOP relata que ficou surpreso com a multa aplicada por um fiscal do Ibama, que nunca esteve presencialmente nas instalações.

“Sempre adotamos todas as medidas necessárias para a segurança dos animais. Inclusive, recebemos animais do Ibama para recuperação e tratamento” , argumenta o instituto.

De acordo com o Ibama, as mortes registradas superaram em três vezes a quantidade de nascimentos. Os cálculos feitos pelo instituto mostram que o IOP tem atualmente 109 animais sob guarda. Ou seja, considerando-se os anos avaliados, no total, o criadouro perdeu cerca de 70% do plantel que foi resposto com recebimento de animais, já que a reprodução no mesmo período chega a 37 animais.

“Portanto, de forma indubitável, seja por negligência ou imperícia, a condução de procedimentos adotados no Instituto Onça-Pintada resultou na morte de, ao menos, 72 animais de 2017 a 2021”, diz o laudo do Ibama.

Nota do Instituto Onça-Pintada

“O Instituto Onça-Pintada (IOP) é uma organização não-governamental, criada em 2002, por nós, biólogos Dr. Leandro Silveira e Dra. Anah Tereza de Almeida Jácomo, que sempre dedicamos nossas vidas à conservação da onça-pintada. Também desenvolvemos pesquisa científica nos cinco Biomas brasileiros (Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Mata Atlântica).

Somos amplamente reconhecidos pelas boas práticas no manejo e cuidados com os animais sob nossa responsabilidade. Sempre adotamos todas as medidas necessárias para a segurança dos animais. Inclusive recebemos animais do Ibama para recuperação e tratamento.

Dessa forma, foi com surpresa que recebemos as aplicações de multas no mês de junho por um fiscal do Ibama, que nunca esteve presencialmente nas nossas instalações. Já apresentamos nossa defesa ao Ibama e estamos confiantes na reversão das sanções. Com os embargos fixados pelo fiscal, as atividades do instituto serão prejudicadas. Convidamos, inclusive, a TV Anhanguera a visitar nossas instalações e comprovarem a seriedade e zelo com que o nosso trabalho é executado.”

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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