Inteligência Artificial pode ser aliada na inclusão e na educação, afirmam especialistas em debate na CBN
Convidados discutem como a tecnologia pode transformar realidades: amplia o acesso à informação, fortalece a participação social, cria novas portas de inclusão digital.
Inteligência Artificial é usada por 48% das empresas goianas
Inteligência Artificial é usada por 48% das empresas goianas
A inteligência artificial deixou de ser um tema de nicho e passou a ocupar um papel central nos debates sobre economia, educação, cultura e política. Essa ideia conduziu a conversa no estúdio da CBN Goiânia durante o Hora CBN desta segunda-feira (18), quando o secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, e o coordenador de tecnologia do Senac Goiás, Stefany Mendes de Souza — o professor Souza — discutiram o impacto da tecnologia e os caminhos para que o Brasil a utilize de forma ética e inclusiva.
José Bonfim, Nathalia Lima, Adriano da Rocha Lima e Professor Souza no Hora CBN — Foto: Wildes Barbosa/O Popular
Já na abertura, Adriano situou a IA no contexto global, argumentando que ela representa uma mudança estrutural comparável à chegada da energia elétrica.
> “A inteligência artificial está reorganizando o tabuleiro geopolítico. É uma tecnologia que movimenta a economia numa escala inédita. Assim como a eletricidade transformou a sociedade há mais de cem anos, a IA muda nosso comportamento, nossos processos e a forma como nos relacionamos”, disse.
Segundo ele, o principal risco não está na tecnologia em si, mas na postura social diante dela: “Não podemos ser reféns da IA. Precisamos ser protagonistas, debater, discordar, entender. Ética é inteligência aplicada à vida coletiva. Se não enfrentarmos o debate, alguém vai enfrentar por nós”.
Adriano da Rocha Lima, secretário-geral de Governo de Goiás, destacou que a IA deve ser usada como ferramenta de bem-estar social e que o debate público é essencial para garantir seu uso responsável — Foto: Wildes Barbosa/O Popular
O secretário também comentou sobre a necessidade de separar o medo legítimo de manipulação — como deepfakes em ano eleitoral — da paralisia.
Deepfake é uma tecnologia que usa inteligência artificial para criar vídeos, áudios ou imagens falsos, mas extremamente realistas, capazes de simular a fala, a aparência ou até os movimentos de uma pessoa. Na prática, ela consegue colocar alguém dizendo ou fazendo algo que nunca aconteceu, o que torna esse recurso poderoso, mas também perigoso quando usado para enganar, manipular informações ou interferir em processos sociais e políticos.
“Todo mau uso deve ser penalizado. Mas não podemos travar a inovação porque alguns usarão a tecnologia de forma indevida. É assim com carros, medicamentos, internet, tudo. O mau uso não acaba com o uso — ele exige responsabilidade”, completou.
Adriano da Rocha Lima, secretário-geral de Governo de Goiás, destacou que a IA deve ser usada como ferramenta de bem-estar social e que o debate público é essencial para garantir seu uso responsável — Foto: Wildes Barbosa/O Popular
A entrevista também serviu como uma preparação simbólica para o ETOS.IA, evento internacional que reunirá, entre os dias 20 e 22 de novembro, no Passeio das Águas Shopping, alguns dos principais nomes do mundo em ética e inteligência artificial — como Luc Ferry, Michael Sandel, Vint Cerf, Ronaldo Lemos e especialistas europeus responsáveis pela regulação da tecnologia. O encontro é gratuito e as inscrições estão disponíveis em 2025.etosgoias.org.
Para Adriano, o evento reforça o espaço que Goiás ocupa no debate global.
> “Não conheço outro encontro igual no mundo. É ousado, é grande e coloca Goiás no centro das conversas mais importantes do nosso tempo”, afirmou.
Ao final, os dois convidados convergiram para o mesmo diagnóstico: a inteligência artificial não é o futuro — é o presente.
> “Quem entende a tecnologia toma decisões melhores. Quem teme sem conhecer, vira refém”, disse Adriano.
Souza completou: “O caminho não é proibir, é orientar. Não é fugir, é debater. Só assim garantimos uma IA que sirva às pessoas — e não o contrário”.




