Núcleo de Bolsonaro aposta em interferência de Musk em 2026
Bolsonaristas também apostam em mudança da Lei da Ficha Limpa para acabar com
inelegibilidade do ex-presidente. Supremo Tribunal Federal vê caso como algo que
pode ir parar na Justiça.
Elon Musk em discurso durante a Inauguração Presidencial de Trump, em
Washington D.C. — Foto: Matt Rourke/ AP Photos
Além do embate jurídico e da frente política, o núcleo bolsonarista avalia que o
bilionário Elon Musk pode interferir na eleição brasileira de 2026, ajudando a extrema direita na disputa
contra o campo progressista.
A avaliação é feita entre grupos de aliados e familiares de Bolsonaro, que
acreditam que Musk usará seu poder nas redes sociais para influenciar o pleito.
Um dos episódios mais comemorados entre os aliados de Bolsonaro ocorreu quando
Musk foi provocado por Janja e respondeu que eles perderiam a eleição em 2026.
O objetivo do núcleo bolsonarista é chamar a atenção do bilionário, dono do X
(antigo Twitter), e incentivá-lo a se envolver na disputa brasileira por meio
das redes sociais.
Musk já entrou em conflito com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de
Moraes, após decisões que determinaram o bloqueio de perfis que publicavam
mensagens antidemocráticas ou de ódio contra autoridades.
A rede social não cumpriu a determinação, e a tensão escalou a ponto de o X ser
bloqueado no Brasil por cerca de 40 dias.
O bilionário agora integra o governo de Donald Trump, de quem já era aliado,
como chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em
inglês). Esse órgão é responsável por aconselhar o novo presidente dos Estados
Unidos sobre cortes de gastos públicos.
A nova função ampliou o poder de Musk, somando-se ao controle do X, uma
plataforma que a extrema direita sabe usar a seu favor.
Como o blog revelou, a outra frente de atuação é a tentativa de alterar a Lei da
Ficha Limpa para reduzir a inelegibilidade de oito para dois anos.
A proposta estabelece que o prazo passe a contar a partir da eleição que ensejou
a punição, abrindo caminho para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disputar a
eleição presidencial em 2026.
Embora ministros do STF vejam o caso como algo que pode acabar na Justiça, o que
importa aos bolsonaristas é criar confusão e caos com o avanço de pautas como
essa junto à sociedade.