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Internações por câncer de intestino sobem em Goiás

Última atualização 16/03/2023 | 09:01

Os seus exames de rotina incluem o de fezes? O teste é considerado uma das principais formas de identificar o câncer de intestino. O diagnóstico da doença aumentou no Brasil nos últimos cinco anos. Em Goiás, houve alta de 3% nas hospitalizações entre 2021 e 2022 no Sistema Único de Saúde (SUS). As internações chegaram a 265 diariamente por esse motivo em 2020 no País, de acordo com a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, da Sociedade Brasileira de Coloproctologia e da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG). Ao todo,  97 mil brasileiros precisaram de cuidados médicos em unidades de saúde por esse motivo.

 

Apesar da pandemia de covid, que, em muitos casos, baixou o número de internações decorrentes de outras doenças, no ano passado houve aumento nas hospitalizações para tratamento de câncer de intestino em 21 estados brasileiros. O maior aumento proporcional aconteceu em Mato Grosso, onde a quantidade de internações passou de 917, em 2020, para 1.385, em 2022 – salto de 51%. Ao longo da série histórica, em valores absolutos São Paulo aparece como o estado com mais registros, seguido do Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

 

Além da divulgação de casos  pelas cantoras Simony e Preta Gil e também pelos ex-jogadores Pelé e Roberto Dinamite, o câncer de intestino tem se tornado alvo das autoridades em saúde porque o mês de março é dedicado à conscientização da doença. Os especialistas recomendam a prevenção a partir dos 45 anos de idade. A má alimentação e hábitos de vida não saudáveis são apontados como as principais causas do problema de saúde já considerado um dos mais letais do mundo.

 

Os médicos apontam que uma aliada no diagnóstico é a colonoscopia, capaz de identificar a presença de uma das principais formas dessa neoplasia: os pólipos no intestino. Com maior incidência entre as mulheres, a retirada precoce pode evitar complicações e aumentar as chances de cura. A atenção deve ser redobrada para as pessoas que têm doenças inflamatórias intestinais com maior possibilidade de desenvolverem o câncer no órgão.

 

Internações por câncer de intestino no SUS em Goiás

2019: 1.619

2020: 1.898

2021: 2.057

2022: 2.127

Fonte: Ministério da Saúde (SIH/SUS)

 

Para muitos pacientes, os sintomas não são “óbvios”. As pessoas com doenças intestinais podem não apresentar sinais do câncer que normalmente são dor ou desconforto abdominal, como gases ou cólicas, perda de peso sem razão aparente, cansaço, fraqueza e anemia. Quando a doença está no início, não é comum a ocorrência de sintomas, por isso é importante a realização de exames preventivos para a detecção precoce da doença.

 

No caso da costureira Mirla Gomes, de 41 anos, o funcionamento desregulado do intestino chamou a atenção. Ela procurou um médico no fim do ano passado desconfiada de que o problema fosse intolerância à lactose, condição comum na família. Com a demora em conseguir resultados satisfatórios mesmo tomando remédios e receio de se tratar de algum tipo de câncer a levaram a outro especialista. Ele indicou exames que confirmaram o diagnóstico de tumor no intestino. 

 

“Eu nunca poderia imaginar isso. Comecei a ter diarreia, perder peso e a sentir desconforto abdominal repentinamente. O segundo médico que me atendeu recebeu o resultado dos exame e me orientou a agilizar a marcação de uma cirurgia para a retirada do tumor. A operação foi na mesma semana do diagnóstico. Em seguida, comecei o tratamento oncológico e iniciei as sessões de quimioterapia. Estou confiante, principalmente porque eles me disseram que conseguimos identificar a neoplasia no início”, diz a paciente.

Câncer entre mais jovens

A mudança de peso involuntária é justamente um dos principais sinais de câncer em geral entre pessoas abaixo dos 40 anos. Além disso, os médicos recomendam acender o alerta em caso de inchaços, dores, indisposição, cansaço anormal e presença de nódulos. Entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados a causas externas, a exemplo de  hormônios, condições imunológicas e mutações genéticas,  de acordo com  Instituto Nacional de Câncer (Inca). 

Especialmente em relação à neoplasia no intestino, evitar consumir carne principalmente bem passada, embutidos, ultraprocessados, bebida alcoólica e cigarro, fazer exercícios físicos e adotar dieta rica em fibras ajuda são fatores preventivos.