Internautas antirracismo expõem na internet defensores da supremacia branca nos EUA

Dois dias após os protestos em Charlottesville, liderados pelo grupo União da Direita – de inspiração ultranacionalista, e inclinação racista e nazista – internautas contrários ao movimento se mobilizam na internet para expor perfis de pessoas que participaram das marchas na sexta (11) e no sábado (12).

Um perfil criado no Twitter com o nome Yes, you are racist, (sim, você é racista) criado em 2012 está sendo usado para dar visibilidades a mensagens intolerantes e manifestações racistas. O objetivo é identificar pessoas que participaram dos protestos e simpatizantes da supremacia racial branca.

Durante as manifestações, um motorista identificado como James Fields, de 20 anos, atropelou diversos ativistas antirracismo que marchavam para marcar posição contra a União da Direita. A ativista Heatlher Heyer, de 32 anos, morreu e dezenove pessoas ficaram feridas.

Onda crescente

A imprensa e analistas norte-americanos avaliam que os protestos em Charlottesville, no estado da Virgínia, expuseram a força que a extrema direita norte-americana ganhou nos últimos meses. Os confrontos entre os integrantes do União da Direita, que convocou os protestos, e os grupos antifascistas revelaram um alto grau de intolerância e violência.

Como símbolo, vários manifestantes fascistas carregavam a bandeira dos Confederados, usada no século 19 por estados do Sul do país queriam se separar do Norte por discordar da abolição da escravatura. Além disso, também foram usadas tochas em referência à Ku Klux Klan, entidade banida nos EUA que lutou contra o movimento de direitos civis liderado por Martin Luther King Jr nos anos 1970.

Em oposição à extrema direita, estão os grupos liberais antissexistas, pró-imigrantes e integrantes do Black Lives Matter (Vida dos negros têm valor) conhecido pelas marchas em defesa da vida de negros.

Jornalistas e pessoas que acompanharam a marcha relataram a dificuldade da polícia local de coibir a violência verbal e física usada durante a marcha. A preocupação no país é com o crescimento da extrema direita.

Discurso

A imprensa e sociedade civil organizada cobram de Donald Trump uma posição mais rígida para condenar a ascensão de grupos extremistas. O discurso do presidente norte-americano no sábado, após os confrontos, foi considerado insuficiente. Trump disse que a “América grande novamente, deve ser para todos, e que não há lugar para o ódio”.

Analistas, no entanto, criticaram o fato de Trump não ter sido mais específico, condenando diretamente o uso de elementos do Ku Klux Klan e o nazismo.

Após a cobrança, a Casa Branca afirmou ontem que Trump estava se referindo à Supremacia Racial Branca quando disse que não há lugar para o ódio no país.

O general H.R. McMaster, conselheiro de segurança do governo, também disse no domingo que o conflito de sábado em Charlottesville foi um “ato de terrorismo”.

Trump, no entanto, é acusado por críticos democratas e pela imprensa de ter dado espaço ao crescimento da extrema direita porque, desde a campanha, ele vem adotando um tom nacionalista, contra imigrantes latinos e muçulmanos.

O discurso mais contundente contra o acontecimento foi o do governador da Virgínia, Terry McAuliffe que foi amplamente repercutido em redes sociais e na TV americana, mais que o do próprio Trump.

McAuliffe disse que conversou com o presidente por telefone após os confrontos e pediu ações para frear o discurso de ódio e em favor da unificação do país.

Ele disse que nazistas e ultra racistas podem voltar para casa. “Não há lugar para vocês nos Estados Unidos. Nós trabalhamos para unificar o país e somos uma nação de imigrantes”, disse.

Fonte: Agência Brasil

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Avião da Embraer pode ter sido abatido por sistema de defesa russo, indicam fontes

O acidente com o avião da Azerbaijan Airlines que deixou 38 mortos na última quarta-feira pode ter sido causado por um sistema de defesa aérea russo, segundo informações obtidas pela agência Reuters. A suspeita foi inicialmente levantada por Andriy Kovalenko, membro da segurança nacional ucraniana, que mencionou imagens mostrando coletes salva-vidas perfurados. Especialistas em aviação e militares corroboraram a análise, e até mesmo a mídia russa considerou a possibilidade de a aeronave ter sido confundida com um drone ucraniano.

Enquanto isso, as autoridades russas e do Cazaquistão pedem cautela. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, declarou que especulações sobre as causas são prematuras, e o presidente do Senado do Cazaquistão, Mäulen Äşimbaev, reforçou que a investigação está em andamento, garantindo transparência nos resultados.

O avião, que partiu de Baku, capital do Azerbaijão, com destino a Grozny, na Rússia, desviou significativamente de sua rota antes de cair no Cazaquistão. A companhia aérea inicialmente sugeriu que o acidente poderia ter sido causado por colisão com aves, mas especialistas descartaram essa hipótese. Serik Mukhtybayev, especialista cazaque, e o brasileiro Lito Sousa destacaram que os danos nos destroços apontam para uma causa externa, possivelmente relacionada a um ataque.

Relatos e análises reforçam a teoria de que o avião foi atingido por um míssil. Um piloto militar francês, sob anonimato, afirmou que os danos na cauda são consistentes com explosões de estilhaços. O blogueiro russo Yuri Podolyaka também mencionou sinais típicos de sistemas antiaéreos.

Dados do site Flightradar24 mostram que o avião enfrentou interferências de GPS antes do acidente, algo já atribuído à Rússia em ocasiões anteriores. A Chechênia, destino final do voo, havia sido alvo de ataques com drones no mesmo período, segundo informações locais.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, evitou especular, atribuindo o desvio de rota ao mau tempo. A caixa-preta do avião foi recuperada e será analisada para determinar a causa do acidente. Das 67 pessoas a bordo, 29 sobreviveram, sendo que 11 permanecem em estado grave.

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