Nesta semana, os interrogatórios de DE e seus aliados no Supremo Tribunal Federal (STF) têm gerado muita expectativa e movimentado os bastidores políticos do país. Acusados de tentativa de golpe e outros quatro crimes, o ex-presidente sentará ao lado do delator e antigo aliado, Mauro Cid, em um processo que promete ser histórico. A segurança do STF foi reforçada para garantir a integridade do ambiente durante as audiências.
O processo em questão envolve oito réus e está em análise no STF. Os interrogatórios começaram nesta segunda-feira (9) e contam com a presença do relator da ação penal, ministro Alexandre de Moraes, que ficará frente a frente com DE, Mauro Cid e outros integrantes da cúpula do antigo governo. Esse grupo é conhecido como o “núcleo crucial” da organização golpista em questão.
A realização dos interrogatórios acontece na sala da Primeira Turma do STF, adaptada para se assemelhar a um tribunal do júri. A audiência contará com a presença do procurador-geral da República, Paulo Gonet, além das defesas dos réus, que também poderão fazer perguntas aos acusados. Ministros da Primeira Turma acompanharão presencialmente as audiências que se estenderão por vários dias.
Durante esta fase do processo, os réus terão a oportunidade de apresentar suas versões dos fatos, contestar as acusações da PGR e se declararem culpados, caso assim desejem. Os interrogatórios começam às 14h e têm previsão de término às 20h. Caso não seja possível ouvir todos os réus, novas audiências estão agendadas do dia 10 ao dia 13 para dar continuidade ao processo.
A denúncia feita pela PGR em março aponta que DE liderou uma organização criminosa com o intuito de impedir o cumprimento do resultado das eleições presidenciais de 2022. Entre os réus estão Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier Santos, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto. Os crimes em questão incluem abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Durante os interrogatórios, os réus terão o direito de permanecer em silêncio, garantido pela Constituição. No entanto, espera-se que parte deles responda às perguntas propostas, incluindo DE, Mauro Cid e Anderson Torres. O desenrolar desse processo promete trazer à tona informações importantes sobre as acusações e os possíveis desdobramentos políticos no país.