Intolerância religiosa ainda é realidade no Brasil

Após 18 anos da morte da iyalorixá Gildásia dos Santos e Santos, o Brasil ainda é cenário de intolerância e perseguição às religiões de matriz africana.
Apesar da Constituição Federal garantir o direito à liberdade de credo e manifestações religiosas, praticantes da Umbanda e Candomblé – principais vítimas do preconceito – lidam com ofensas e agressões de diversas naturezas.

O Brasil foi o destino, entre os séculos 16 e 19, de homens e mulheres africanos trazidos para servir como mão de obra escrava. Naquela época, a preservação da cultura e da crença era símbolo de resistência contra a violência a qual aquele povo foi submetido e, ainda hoje, os praticantes de religiões africanas precisam lutar pelo respeito e liberdade.

A intolerância religiosa e o racismo são crimes e podem ser denunciados pelo Disque 100. As estatísticas mostram que o canal recebe uma denúncia de intolerância religiosa a cada 15 horas. Os ataques não se limitam a praticantes: em novembro de 2015, um terreiro de candomblé foi incendiado em Brasília, sem deixar feridos. Naquele ano, a imprensa local já havia registrado outros 12 incêndios semelhantes.

Brasil pela liberdade religiosa

Há 15 anos, a luta pela liberdade e diversidade de credos e religiões é pauta da agenda do Governo do Brasil. Em 2013, esse esforço foi consolidado pelo lançamento do I Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana.

É por meio do plano que são promovidas, pela Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), campanhas informativas, capacitações em elaboração de projetos, seleção pública de projetos apresentados por instituições representativas desses povos e comunidades para capacitação em legislações, gestão de associações, intercâmbio e fortalecimento cultural, entre outras. (Agência Brasil)

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Comediante tem shows cancelados após piada sobre enchentes no Rio Grande do Sul

O comediante Abner Dantas teve seus shows em Canoas e Novo Hamburgo, marcados para os dias 27 e 28 de novembro, cancelados após publicar um vídeo polêmico nas redes sociais. Na publicação, Dantas fez uma piada de mau gosto sobre as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul no primeiro semestre deste ano, causando a morte de mais de 170 pessoas.

No vídeo, o humorista utilizou filtros de rede social e simulou uma pessoa se afogando, enquanto convidava o público para suas apresentações. Ele ainda escreveu na legenda: “Assim como vocês tiveram que construir novas casas, eu estou construindo o meu show solo e vou testá-lo dia 27 em Canoas e 28 em Novo Hamburgo”.

A postagem foi duramente criticada por internautas, que classificaram o conteúdo como insensível e desrespeitoso. Comentários como “Quando não se tem talento, usa-se a apelação” e “Respeite quem passou por essa tragédia” foram comuns.

Diante da repercussão negativa, Dantas publicou um vídeo de desculpas, mas manteve um tom irônico ao aparecer vestido de mergulhador e salva-vidas. Ele afirmou que gostaria de se desculpar pessoalmente com o público gaúcho, mas a tentativa não foi bem recebida.

O Buteco Comedy Bar, onde os shows aconteceriam, anunciou o cancelamento das apresentações. Em nota, o estabelecimento repudiou a abordagem de Dantas e destacou o impacto das enchentes na região, que afetaram diretamente funcionários e familiares dos proprietários.

Felipe Vacilotto, sócio do Buteco Comedy, declarou que a decisão foi imediata: “Assim que vimos a postagem, decidimos na hora cancelar. Mandamos uma mensagem para a produção.” As apresentações foram oficialmente suspensas e a venda de ingressos retirada do ar.

 

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