Homem que comeu ‘falsa couve’ com a família sabia que planta não era couve, mas achava inofensiva; veja o que se sabe

Técnico agrícola em Santa Vitória (MG) identificou a Nicotiana glauca antes de consumi-la. Sete pessoas, incluindo quatro membros da mesma família, foram intoxicadas, mas passam bem após atendimento médico rápido.

Quatro pessoas são hospitalizadas após intoxicação por falsa couve em Santa Vitória

Sete casos de intoxicação pela planta tóxica Nicotiana glauca, popularmente conhecida como ‘falsa couve’, foram confirmados em Santa Vitória, no Triângulo Mineiro. Desses, quatro casos registrados são de membros da mesma família, que tiveram um quadro grave após consumirem o vegetal em casa.

O que diferencia este caso dos demais registrados na região, como em Patrocínio, é que o chefe desta família, um técnico agrícola, identificou a planta antes do consumo. Segundo o prefeito de Santa Vitória, Sérgio Moreira, o homem levou a planta para casa, sabendo que era a ‘falsa couve’, mas achou que seria inofensiva.

SOCORRO ÁGIL EVITOU MORTES, DIZ PREFEITO

Após o consumo, o técnico agrícola precisou pedir ajuda na rua. Ele e os familiares foram socorridos e hospitalizados em unidades de saúde da cidade. Os pacientes apresentaram quadros de intoxicação com sintomas graves, incluindo vômito, diarreia, fraqueza, dificuldade respiratória e turvação visual. Mas segundo o prefeito, a rápida intervenção médica foi considerada fundamental para a recuperação dos pacientes.

Moreira explicou que a ação do hospital conseguiu evitar a maior absorção do veneno da planta e realizou uma hidratação vigorosa, impedindo que o quadro evoluísse ‘nem para óbito, nem para desfechos mais negativos’. As vítimas foram hospitalizadas há algumas semanas, receberam alta e passam bem.

A Polícia Civil informou que não foi notificada sobre os casos em Santa Vitória.

CASOS DE INTOXICAÇÃO PELA ‘FALSA COUVE’ EM PATROCÍNIO

A ingestão da Nicotiana glauca pode causar intoxicação grave e até levar à morte. Santa Vitória, que possui cerca de 20 mil habitantes, fica a cerca de 360 km de Patrocínio, onde quatro pessoas foram intoxicadas pela mesma planta no dia 8 de outubro.

No caso de Patrocínio, no Alto Paranaíba, a família havia se mudado recentemente para a chácara onde a planta foi colhida no próprio terreno e servida refogada, e acreditavam que a espécie fosse couve, devido à semelhança com o vegetal.

A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar o caso, que é tratado como possível envenenamento acidental. Nesta segunda-feira (20), a corporação informou que ainda não há atualizações sobre a investigação.

Dos hospitalizados, a vítima Claviana Nunes da Silva, de 37 anos, morreu no dia 13 de outubro após piora no seu estado de saúde. A situação atual dos demais pacientes, conforme os boletins médicos, é a seguinte:

* Um homem de 67 anos foi internado, mas recebeu alta um dia após a intoxicação.
* Um homem de 60 anos saiu do coma na última sexta-feira (17) e está consciente, orientado, com oxigênio sob máscara. Ele segue sob cuidados intensivos, apresentando melhoras e respondendo às perguntas da equipe médica.
* Um homem de 64 anos teve alta da UTI na quarta-feira (15) e segue em leito de enfermaria, com quadro estável, mas ainda confuso.
* Uma criança de 2 anos também foi hospitalizada para observação, mas não chegou a ingerir a planta tóxica e está bem.

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A Secretaria Municipal de Saúde informou que parte da planta foi encontrada na arcada dentária da mulher que morreu e encaminhada, junto com outras folhas da planta, para análise na Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. A Fundação, no entanto, respondeu ao Diário do Estado que até o momento não recebeu amostras relacionadas à ‘falsa couve’ para análise.

COMO DIFERENCIAR A ‘FALSA COUVE’ DA VERDADEIRA

A ‘falsa couve’ tem características físicas que podem diferenciá-la da couve verdadeira. Entre elas, estão: folhas um pouco mais finas, textura aveludada e coloração verde-acinzentada. Veja imagem abaixo.

As informações foram confirmadas pela professora Amanda Danuello, especialista em química de produtos naturais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

> “Enquanto a couve que a gente consome tem a folha mais grossa e nervuras bem marcadas, a Nicotiana glauca tem um verde mais vivo. Mas, ainda assim, se você não tem uma do lado da outra, fica bastante difícil a diferenciação. A dica é não consumir nada que você não tenha certeza da procedência”, afirmou a especialista.

Ainda de acordo com a professora, a ingestão da Nicotiana glauca pode causar intoxicação grave e até levar à morte.

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Espero que este artigo tenha sido útil e esclarecedor sobre os perigos da ingestão da ‘falsa couve’ e como diferenciá-la da couve verdadeira. Lembre-se sempre de verificar a procedência dos alimentos que consome e, em caso de intoxicação ou envenenamento, buscar ajuda médica imediatamente. A saúde e segurança devem estar em primeiro lugar.