Pedido de acesso ao cartão de vacina de Bolsonaro foi o início da investigação sobre tentativa de golpe de Estado que culminou na denúncia de Jair Bolsonaro (PL) e outros 33. A denúncia foi enviada ao STF esta semana.
A investigação teve início com um procedimento preliminar na Controladoria-geral da União (CGU), a partir de um pedido de Lei de Acesso à Informação para obter o cartão de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-ministro da CGU, Wagner do Rosário, levantou as informações do cartão de vacinação de Bolsonaro e identificou três registros de vacina contra a Covid, apesar das declarações contrárias à imunização feitas pelo ex-presidente. Ao passar o bastão para seu sucessor, Rosário alertou sobre a situação e Vinicius de Carvalho abriu uma Investigação Preliminar Sumária (IPS) em 25 de janeiro de 2023.
Com o avanço da IPS, a CGU comunicou a Polícia Federal (PF) que, em 3 de maio de 2023, deflagrou a Operação Venire, durante a qual prendeu o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e apreendeu seu celular. A partir desse ponto, a PF encontrou evidências que estruturaram operações posteriores, incluindo o caso das joias e a tentativa de golpe de Estado.
O ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, decidiu delatar após identificação de provas em seu celular que implicavam o general Lourena Cid, pai de Mauro. O acordo de delação foi assinado em 28 de agosto de 2023. Posteriormente, a PF deflagrou a Operação Tempus Veritatis em 8 de fevereiro de 2024, tendo os militares como alvo. O general Mário Fernandes, apontado como autor do plano “Punhal Verde e Amarelo”, foi alvo de busca e apreensão.
O desdobramento da investigação levou à Operação Contragolpe, com foco nos militares das Forças Especiais, os “kids pretos”. Mauro Cid foi convidado a depor novamente para esclarecer evidências já identificadas pelos investigadores. Em seu novo depoimento, ele revelou sobre o dinheiro fornecido pelo general Braga Netto em uma caixa de vinho e sua tentativa de ter acesso ao que foi mencionado na delação.
Como um dos últimos atos da investigação, Braga Netto foi preso em dezembro de 2024. Em fevereiro, a PGR apresentou a denúncia contra os 34 investigados, marcando o desfecho desse complexo processo. O planejamento operacional do plano “Punhal Verde e Amarelo” foi cuidadosamente investigado, revelando os bastidores da tentativa de golpe de Estado.