Investigação cita US$ 25 mil em dinheiro que seriam para Bolsonaro

Bolsonaro é submetido a nova cirurgia no intestino

Investigação cita US$ 25 mil em dinheiro que seriam para Bolsonaro

Áudio obtido pela Polícia Federal (PF) revela uma conversa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, na qual houve a citação do valor de US$ 25 mil possivelmente pertencentes ao ex-presidente.

A conversa faz parte do relatório da investigação que baseou a deflagração da Operação Lucas 12:2, que apura o suposto funcionamento de uma organização criminosa para desviar e vender presentes de autoridades estrangeiras durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na manhã de hoje, a PF realizou buscas e apreensões contra Mauro Cid, o pai dele, general de Exército, Mauro Lourena Cid, e o ex-advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef.

No dia 18 de janeiro deste ano, Cid trocou mensagens com Marcelo Câmara, apontado como assessor de Bolsonaro, sobre a venda de esculturas presenteadas pelo governo do Bahrein durante viagem oficial.

Na avaliação dos investigadores, o general Mauro Lourena Cid estaria com o valor de US$ 25 mil, “possivelmente pertencentes a Jair Bolsonaro. Conforme o relatório, os interlocutores também evidenciaram receio de usar o sistema bancário para “repassar o dinheiro ao ex-presidente”.

“Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que era melhor fazer com esse dinheiro, levar em cash aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente. E aí, ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas, também pode depositar na conta. Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor, né?, escreveu Mauro Cid.

Conforme regras do Tribunal de Contas da União (TCU), os presentes de governo estrangeiros deviam ser incorporados ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), setor da Presidência da República responsável pela guarda dos presentes, que não poderiam ficar no acervo pessoal de Bolsonaro, nem deixar de ser catalogados.

Defesa

A Agência Brasil entrou com contato com a defesa de Mauro Cid e aguarda retorno. A reportagem também busca contato com as defesas dos outros envolvidos.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Estudante de medicina é morto por PM durante abordagem, em São Paulo

Na madrugada de quarta-feira, 20, um trágico incidente ocorreu na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, quando um estudante de medicina de 22 anos foi morto por um policial militar dentro de um hotel. Marco Aurélio Cardenas Acosta estava hospedado no Hotel Flor da Vila Mariana na Rua Cubatão.

Segundo relatos policiais, tudo começou quando Marco Aurélio, estudante na Universidade Anhembi Morumbi, teria dado um tapa no retrovisor de uma viatura policial e fugido. Os policiais militares Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado, que estavam em patrulhamento, perseguiram o jovem até o interior do hotel.

As imagens das câmeras de segurança mostram Marco Aurélio entrando correndo no saguão do hotel sem camisa, sendo perseguido pelos policiais. Um dos agentes tentou puxar o jovem pelo braço, enquanto o outro o chutou. Durante a confusão, Marco Aurélio segurou o pé de um dos PMs, que se desequilibrou e caiu. Nesse momento, o PM Guilherme atirou à queima-roupa na altura do peito do estudante.

Segundo o boletim de ocorrência, os policiais alegaram que Marco Aurélio estava “bastante alterado e agressivo” e que ele tentou pegar a arma de um dos agentes. No entanto, as imagens não mostram claramente essa ação.

Marco Aurélio foi socorrido e encaminhado ao Hospital Ipiranga, onde sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e passou por uma cirurgia. Infelizmente, ele não resistiu aos ferimentos e morreu por volta das 6h40.

O caso foi registrado no Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) como morte decorrente de intervenção policial e resistência. Os policiais envolvidos na ocorrência prestaram depoimento, foram indiciados em inquérito e permanecerão afastados das atividades operacionais até a conclusão das apurações.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a arma do policial responsável pelo disparo foi apreendida e encaminhada à perícia. As imagens registradas pelas câmeras corporais dos policiais serão anexadas aos inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo DHPP.

A Associação Atlética Acadêmica de Medicina Anhembi publicou uma nota de luto pelo estudante, destacando sua importância como aluno e amigo. “A Medicina Anhembi manifesta profundo pesar pelo falecimento do nosso querido aluno do internato Marco Aurélio Cardenas Acosta, apelidado como ‘Bilau’. Neste momento de imensa dor, nos solidarizamos com seus familiares, companheiros de time e colegas, que perderam não apenas um companheiro de jornada, mas também um amigo.”

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Isso vai fechar em 0 segundos