Investigação da Abin expõe risco de vazamento de segredos de Estado: Polícia Federal e Abin em conflito na apuração.

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O DE foi alertado sobre o risco de vazamento de segredos de Estado durante a investigação da Abin. O diretor da agência, Luiz Fernando Corrêa, reclamou à Casa Civil que a Polícia Federal havia apreendido material fora do escopo da apuração, o que poderia expor métodos e identidades de funcionários da agência. No entanto, delegados negaram erro e acusaram a Abin de atuar ilegalmente.

No governo anterior, Lula foi avisado de que a investigação da Polícia Federal sobre a Abin poderia ir além do objetivo inicial da apuração e revelar segredos de Estado. Infelizmente, foi exatamente isso que aconteceu com o vazamento da informação de que o Brasil espionou autoridades paraguaias, um fato que não tinha relação com o foco da investigação.

Em janeiro de 2024, quando a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na agência, Luís Fernando Corrêa, diretor-geral da Abin na época, foi ao Palácio do Planalto e se reuniu duas vezes com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Corrêa reclamou que a PF estava distorcendo os fatos para atingi-lo e alertou sobre o potencial vazamento de segredos de Estado e identidades de oficiais de inteligência.

Ele pediu que os nomes dos agentes fossem preservados nos depoimentos, sendo identificados apenas por números e com os nomes reais mantidos em sigilo judicial. No entanto, esses cuidados não foram tomados, e os depoimentos acabaram citando diversas identidades de oficiais de inteligência, o que poderia colocá-los em risco.

O inquérito da “Abin paralela” foi instaurado para investigar se o ex-diretor Alexandre Ramagem estava utilizando a agência para espionar adversários do governo Bolsonaro. Durante os depoimentos, foram mencionados sistemas como o Cobalt Strike e o LTE Sniffer, que levantaram questões sobre a atuação da Abin em espionagem não autorizada.

Autoridades da Polícia Federal alegam que a corporação não poderia se omitir diante da revelação de possíveis crimes, mas reconhecem a falta de cuidado com o sigilo das informações. Delegados afirmam que a Abin atua à margem da lei e defendem a independência para conduzir as investigações. Para alguns, é necessário uma refundação da Abin em bases mais sólidas.

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