A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) abriu um inquérito para investigar a suspeita de bloqueio proposital em saídas de esgoto no Rio.
Uma fiscalização da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Rio de Janeiro (Agenersa) identificou que a tubulação de um prédio comercial na Barra da Tijuca, na Zona Sudoeste do Rio, foi tampada com cimento pela concessionária Iguá.
A agência afirma que a “rolha de esgoto” foi instalada como represália a uma alegada inadimplência do condomínio. Na semana passada, o DE mostrou que a concessionária Águas do Rio também é investigada por bloqueios semelhantes no Centro.
O caso na Barra foi flagrado durante uma inspeção na Avenida Ministro Evandro Lins e Silva 840, na última sexta-feira (3). Segundo o relatório da Agenersa, a Iguá será notificada a desobstruir imediatamente a rede e deverá responder a um processo administrativo.
A agência informou que enviará ofício à DPMA e ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) para apuração de possíveis ilícitos penais.
O condomínio do Centro Empresarial Office Tower, onde ocorreu o tamponamento, afirmou que o esgoto foi fechado por decisão da concessionária em março, mesmo após notificações e tentativas de negociação. Segundo o síndico, a dívida é discutida na Justiça desde 2022.
Em nota, o condomínio afirmou que “o tamponamento da rede de esgoto é ilegal e representa risco à saúde pública” e que segue com o sistema obstruído. O prédio vem utilizando uma estação de tratamento privada e realizando a retirada dos dejetos por um caminhão limpa-fossa diariamente.
A Iguá informou que ainda não foi notificada pela Agenersa. A concessionária afirma que o edifício não paga as faturas desde o início da operação da empresa, em 2022, e que buscou acordos com o condomínio. A empresa acrescentou que permanece “aberta ao diálogo e atua com base nas normas regulatórias”.




