O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) não acatou o pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para arquivar a investigação acerca da morte de Dárik Sampaio da Silva, jogador de futsal do Sport de apenas 13 anos. O atleta foi vítima de uma bala perdida durante uma perseguição policial que resultou em disparos efetuados por policiais militares. A rejeição do arquivamento solicitado pelo MPPE foi determinada pela juíza Fernanda Moura de Carvalho, da 1ª Vara do Tribunal do Júri Capital, e o inquérito será enviado à Procuradoria-Geral de Justiça.
A decisão da magistrada foi tomada um dia após o Ministério Público solicitar o arquivamento do caso, baseado na dificuldade de identificar de forma precisa quem disparou o tiro que tirou a vida do adolescente. A perícia realizada constatou que Dárik foi atingido por uma bala de calibre .40, compatível com as armas utilizadas pelos policiais presentes na ocorrência no bairro do Jordão, na Zona Sul de Recife. A juíza argumentou que novas diligências podem ser realizadas para apontar o responsável pelo disparo fatal.
Apesar da alegação do MPPE de que seria complicado apontar um atirador específico, devido ao fato de vários policiais estarem armados com o mesmo modelo de pistola, a juíza decidiu que o inquérito deve ser encaminhado a Marcos Antônio Matos de Carvalho, procurador-geral de Justiça de Pernambuco. A magistrada ressaltou a importância de reunir indícios suficientes para a instauração de uma possível ação penal, destacando que o objetivo do inquérito não é definir a autoria do crime com precisão, mas sim reunir elementos para apontar os suspeitos.
Fernanda Moura de Carvalho enfatizou que o inquérito não visa a definição exata da autoria do crime, mas sim a reunião de indícios que possam levar à identificação do possível autor. Deste modo, diligências específicas e deduções serão realizadas para chegar a um possível suspeito entre os envolvidos na perseguição policial. O processo envolvendo a atuação dos policiais militares foi concluído pela Polícia Civil, que entregou o relatório ao MPPE afirmando que não houve “transgressão disciplinar” por parte dos agentes envolvidos.
No caso que resultou na morte de Dárik Sampaio da Silva, houve uma perseguição policial que culminou nos disparos que vitimaram o adolescente. Imagens de câmeras de segurança registram a ação e testemunham que os criminosos começaram a disparar contra os policiais, que revidaram. Dárik foi atingido e socorrido, porém veio a falecer na Policlínica do Ibura, Zona Sul do Recife. A investigação segue em andamento, com o objetivo de reunir indícios que possam levar à identificação do autor do disparo fatal.