O traficante ‘Peixão’ lidera um esquema de importação de armas no Rio de Janeiro, conforme mostra a investigação realizada pela Polícia Federal. O líder do Terceiro Comando Puro, Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, está envolvido na aquisição de armas de guerra, munições, explosivos e equipamentos anti-drone do exterior. Esses materiais eram entregues por empresas de transporte e pelos Correios.
Os detalhes desse esquema foram revelados pelo programa “Fantástico”, da Rede Globo, e confirmados pela CNN. Áudios que fazem parte do processo mostram Peixão negociando diretamente com fornecedores internacionais, planejando manter um fluxo constante de compras. O criminoso operava a partir do Complexo de Israel, na zona norte do Rio de Janeiro, com a ajuda de Everson Vieira Francesquet, conhecido como “Deus”, que era responsável pela intermediação das importações e pelo cuidado do arsenal do grupo.
A partir das mensagens encontradas no celular de Everson, foi possível confirmar as transações internacionais, com contatos frequentes com fornecedores da China e do Paraguai. Os pagamentos eram realizados em dólar, e os produtos eram enviados com códigos de rastreamento. Documentos apreendidos indicam que a empresa DHL entregou armamentos vindos de Hong Kong diretamente na residência de Everson. Peixão demonstrava interesse em expandir as compras, buscando a melhor forma de envio para atender à demanda crescente.
O grupo envolvido nesse esquema utilizava transportadoras locais para receber os equipamentos, como mostra outro áudio captado pela Polícia Federal. O controle da logística era evidente nas conversas, indicando a organização do traficante em garantir a chegada dos itens adquiridos. O esquema ainda envolvia laranjas que movimentavam grandes quantias via Pix para a compra de armas. Os fuzis eram adquiridos no Paraguai por valores entre R$ 7,5 mil e R$ 15 mil, fortalecendo o arsenal do TCP.
Everson Vieira Francesquet foi preso novamente e agora responde por tráfico internacional de armas e participação em organização criminosa. A Polícia Federal solicitou a transferência dele para um presídio federal, dada a gravidade das acusações. Enquanto Peixão permanece foragido, a Polícia Civil tem intensificado as operações para capturá-lo. Ele também é indiciado por importação ilegal de armas e equipamentos de guerra, com a destruição de um “resort do tráfico” como uma das medidas tomadas para combater suas atividades ilícitas. A matéria será atualizada conforme as respostas do Correios, DHL e da defesa de Peixão.