A Corregedoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro está conduzindo uma investigação para apurar a conduta de um agente que tirou uma selfie com o rapper Oruam. As imagens da selfie foram compartilhadas pelo próprio cantor em suas redes sociais em meados de janeiro. De acordo com informações divulgadas pelo Metrópoles e confirmadas pela DE, as fotos mostram Oruam ao lado do policial fardado, com outro agente e uma viatura da PM ao fundo.
No registro, Oruam posa sem camisa ao lado do policial, com a legenda “Gângster do bem” e um coração. Após a foto, há uma cena em que o PM aparece conversando com o cantor. A Polícia Militar informou que o agente foi ouvido pela Corregedoria da corporação, onde deu sua versão dos fatos. A identidade do policial não foi revelada durante o processo de apuração.
Fontes da PM mencionaram à DE que a investigação foi iniciada pois não é permitido aos policiais “tietar” artistas durante o expediente de trabalho. Esse tipo de conduta pode ser considerada inadequada para a função exercida pelos agentes de segurança pública, que devem manter a postura profissional em todos os momentos.
Oruam é um cantor com mais de 13 milhões de ouvintes no Spotify, com um repertório que abrange o funk, R&B e rap. Suas letras tratam de temas como ostentação, sexo e sua relação familiar com o traficante Marcinho VP, acusado de crimes graves, incluindo homicídio qualificado, formação de quadrilha e tráfico de drogas.
Marcinho VP, apontado como líder da facção criminosa Comando Vermelho, também enfrenta acusações do Ministério Público por associação criminosa e lavagem de dinheiro. Em um episódio polêmico durante o festival Lollapalooza do ano passado, Oruam fez uma apresentação com uma camiseta que pedia a liberdade de seu pai, Marcinho VP.
A presença de Oruam nos eventos públicos e sua ligação com o universo do crime geram debates sobre liberdade de expressão, artístico e o papel da cultura na sociedade contemporânea. A polêmica em torno da selfie com o policial reacende discussões sobre os limites entre a vida pública e privada, especialmente no contexto das relações entre artistas e as forças de segurança. É importante que órgãos como a Corregedoria da PM estejam atentos a essas situações para garantir a integridade e a imagem da instituição.