Um grupo de cidadãos alemães está sendo investigado pela Polícia Civil por aliciamento de meninas na Cidade de Deus para exploração sexual. Segundo as autoridades, essa associação criminosa praticava exploração sexual infantil, produção de conteúdo de abuso sexual e estupro de vulneráveis. Frank Altmann, um alemão de 60 anos, é acusado de aliciar pelo menos 20 meninas, com idades entre 12 e 15 anos.
Os indivíduos estrangeiros foram identificados como os responsáveis pelos crimes na Cidade de Deus, bairro localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Um fotógrafo foi detido em uma ação conjunta da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) com a Agência Federal de Investigação Alemã em Berlim. Outro europeu também já havia sido preso no Rio em fevereiro, como parte das investigações.
Frank Altmann foi detido em Berlim enquanto voltava de uma viagem à Suíça e já estava sendo investigado desde janeiro, juntamente com outros dois compatriotas. Mesmo com a prisão, o fotógrafo foi solto pela justiça alemã durante a audiência de custódia. Segundo a corte, as supostas vítimas já tinham 14 anos, o que as caracterizava como legalmente jovens e não mais crianças, o que reduziu o risco de fuga.
As investigações apontam que Frank Altmann era um frequentador de círculos sociais de alto padrão, além de ser conhecido por seu trabalho com registro de grandes eventos, artistas e modelos internacionais. As autoridades policiais trabalham para esclarecer o alcance das atividades criminosas do grupo de alemães na Cidade de Deus e em outras regiões do Rio de Janeiro.
A investigação teve início a partir de uma denúncia anônima recebida em fevereiro, que resultou na prisão em flagrante do jornalista alemão Rainer Adolph, de 71 anos, em Curicica, Jacarepaguá. O terceiro indivíduo, Jan Juri Reetz, não chegou a ser preso, pois foi morto a facadas na Alemanha. Os casos revelam a complexidade das redes de exploração sexual que se aproveitam das vulnerabilidades das comunidades locais.
A delegada responsável pelo caso destacou que o Brasil era escolhido como destino pelos estrangeiros devido ao baixo custo das práticas criminosas, além da facilidade de realizar esses atos de forma reiterada. O fotógrafo foi envolvido em pelo menos um estupro de vulnerável com uma menina de 13 anos em 2022, e juntamente com os outros dois acusados, enfrenta investigações por favorecimento à prostituição e associação criminosa. A polícia segue trabalhando para identificar e responsabilizar os envolvidos nesse esquema sórdido.