Investigação de corrupção em Maringá: empresário do ramo de publicidade é suspeito de subornar servidores públicos em troca de poda de árvores

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Um empresário do ramo de publicidade é investigado por suspeitas de corrupção no Paraná. A investigação apura que ele estaria oferecendo propina a servidores públicos de Maringá, região norte do estado, para podar árvores em frente a outdoors e placas que ele mesmo colocava. O Ministério Público do Paraná (MP-PR) revelou que os servidores recebiam pagamentos para realizar esses serviços específicos.

A segunda fase da Operação PIX, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), resultou na apreensão de um celular, notebook e documentos na residência do empresário. A ação policial faz parte de uma investigação mais ampla sobre crimes de corrupção praticados por servidores da área de arborização da Prefeitura de Maringá. Em setembro de 2024, quatro servidores públicos foram alvo de mandados de busca e apreensão.

Segundo o promotor Leonardo Vilhena, a identificação do empresário investigado foi possível a partir de celulares apreendidos na primeira fase da operação. O nome dele não foi divulgado devido ao sigilo da investigação em curso. O promotor explicou que a suspeita é de que o empresário subornava servidores para burlar a fila de protocolos de poda e remoção de árvores.

Durante as investigações, foi constatado que os pagamentos, feitos por PIX, ocorreram pelo menos 15 vezes e tiveram início em 2020. O promotor destacou que os servidores envolvidos ignoravam a lista de protocolos e priorizavam os serviços para quem pagava propina. Isso resultou em outras árvores sendo beneficiadas em detrimento da população que seguia os procedimentos regulares.

De acordo com o Portal da Transparência de Maringá, atualmente existem 5856 protocolos abertos para remoção e poda de árvores na região. Os desdobramentos das investigações apontam para a possível existência de mais casos de corrupção envolvendo servidores públicos e empresários do ramo de publicidade em Maringá.

Ao todo, 12 crimes de corrupção ativa foram atribuídos aos servidores na primeira fase da operação. As denúncias formuladas pelo Ministério Público revelaram que os servidores chegaram a exigir valores de empresas e moradores da região para realização de serviços de poda e corte de árvores. A investigação teve início após uma denúncia de uma pessoa que se sentiu coagida a pagar pelas ações dos servidores.

Em relação aos servidores afastados, a prefeitura de Maringá informou que está conduzindo um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar os fatos e tomar as medidas cabíveis. Todo o trâmite legal está sendo seguido e, após a conclusão do processo, serão tomadas as decisões necessárias. A Prefeitura ressaltou a importância da transparência e da ética na apuração dos casos de corrupção.

O ex-prefeito Ulisses Maia, responsável pela gestão municipal durante o início das investigações, destacou a abertura da apuração como uma demonstração do compromisso com a honestidade e a integridade. O Ministério Público continua as investigações para apurar mais casos de corrupção envolvendo servidores públicos e empresários do ramo de publicidade em Maringá. A promotoria estima a possibilidade de novas denúncias envolvendo aproximadamente 30 fatos de corrupção.

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