Um ex-policial do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) está sob investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro por supostamente fornecer treinamento tático para chefes do tráfico, cobrando a quantia de R$ 1,5 mil por hora de instrução. Ronny Pessanha de Oliveira, que foi preso há dois meses, tinha uma relação próxima com criminosos da região da Penha e Rio das Pedras, de acordo com informações da polícia.
As investigações conduzidas pela Delegacia de Roubos e Furtos revelaram que Pessanha atuava em parceria com o Comando Vermelho, principal facção criminosa do Rio de Janeiro. Essas ações estão inseridas na Operação Contenção da Polícia Civil, que tem como objetivo desarticular as quadrilhas que disputam territórios na Zona Oeste da cidade. O ex-policial, que foi expulso da Polícia Militar em 2022, já havia sido preso anteriormente por envolvimento com milícias.
Segundo o delegado Jefferson Teixeira, que está à frente das investigações, Pessanha migrou para o crime após atuar em grupos de extorsão e grilagem de terrenos na Zona Oeste do Rio, especialmente nas comunidades de Rio das Pedras e Muzema. Após deixar a prisão em 2022, ele se aliou ao tráfico de drogas na região onde cresceu.
Os áudios revelam a proximidade de Pessanha com os líderes do tráfico, como William Sousa Guedes, conhecido como Corolla, e Manoel Cinquine Pereira, o Paulista. O ex-Bope demonstrava estar exausto depois dos treinos com os traficantes, enfatizando sua experiência em questões de combate. Além dos treinamentos, Pessanha também alugava carros de luxo para os traficantes através de sua empresa de segurança.
O Ministério Público denunciou Pessanha, Corolla e Paulista por associação ao tráfico, lavagem de dinheiro e organização criminosa, resultando na emissão de novos mandados de prisão. No entanto, Paulista ainda está foragido. A defesa dos acusados não foi localizada para prestar comentários. Paulista é apontado como um dos principais fornecedores de armas para alimentar a guerra em comunidades como Muzema, Itanhangá, Gardênia Azul e Rio das Pedras.
Em resumo, a história de Ronny Pessanha de Oliveira evidencia a ligação perigosa entre o crime organizado e ex-agentes de segurança pública, enfatizando a importância do combate ao tráfico de drogas e de armas para garantir a segurança nas comunidades do Rio de Janeiro. É essencial que as autoridades policiais continuem trabalhando para desmantelar essas redes criminosas e prender os responsáveis por colocar em risco a vida dos cidadãos de bem.