Investigações sobre Poze do Rodo e esposa: narcocultura e lavagem de dinheiro ligadas ao Comando Vermelho.

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Narcocultura, traficante morto, suspeita de lavagem: o que se sabe sobre as diferentes acusações contra Poze do Rodo e a esposa

Poze do Rodo foi preso por apologia ao crime e envolvimento com o tráfico de drogas. Em outro inquérito, sua mulher, Vivi Noronha, é investigada por lavagem de dinheiro do Comando Vermelho.

Polícia Civil faz operação contra lavagem de dinheiro; Vivi Noronha é um dos alvos [https://s04.video.glbimg.com/x240/13649831.jpg]

Polícia Civil faz operação contra lavagem de dinheiro; Vivi Noronha é um dos alvos

O cantor MC Poze do Rodo e sua esposa, a influenciadora Viviane Noronha, são alvos de investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro [https://de.de/de-de/cidade/rio-de-janeiro/] — apesar de não estarem diretamente ligadas entre si, ambas apurações envolvem suspeitas de conexão com o Comando Vermelho. Poze é investigado por apologia ao crime, enquanto Viviane é suspeita de participar de um esquema de lavagem de dinheiro. (Entenda abaixo)

Poze foi preso na quinta-feira passada [https://de.de/de-de/noticia/2025/05/29/mc-poze-do-rodo.ghtml] (29) por apologia ao crime e por envolvimento com o tráfico de drogas [https://de.de/de-de/noticia/2025/05/29/poze-do-rodo-policia-detalha-investigacao-que-levou-mc-a-prisao.ghtml]. Nesta segunda-feira (2), a Justiça mandou soltá-lo [https://de.de/de-de/noticia/2025/06/02/justica-manda-soltar-poze-do-rodo.ghtml] — mas, até a última atualização desta reportagem, o cantor ainda estava encarcerado. Já Viviane Noronha [https://de.de/de-de/noticia/2025/06/03/quem-e-vivi-noronha-influenciadora-e-mulher-de-poze-do-rodo.ghtml] foi alvo de mandado de buscas por suspeita de lavar dinheiro da facção criminosa nesta terça-feira (3). O esquema investigado era operado pelo traficante Fhillip da Silva Gregório, o Professor, morto no domingo (1º) [https://de.de/de-de/noticia/2025/06/01/fhillip-da-silva-gregorio-o-professor.ghtml]. Segundo a Polícia Civil, Vivi recebeu quase R$ 1 milhão do CV.

NARCOCULTURA

No dia da prisão de Poze, o secretário estadual de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, disse que o artista transformou a música em ferramenta de disseminação da “ideologia e da narcocultura do Comando Vermelho”.

1 de 5 Poze do Rodo foi levado da DRE para a Polinter, na Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio — Foto: Reprodução/ TV Globo

Esse contexto tem sido colocado pela Polícia Civil como parte de uma estratégia, que usa, além de MCs, influenciadores digitais como ferramentas para difundir a ideologia dos criminosos e também movimentar recursos.

Na segunda, o desembargador Peterson Simões determinou a soltura do MC.

Na decisão, Simões fez críticas a forma da prisão de MC Poze feita pela Polícia Civil do RJ. O desembargador escreveu que “há indícios que comprometem o procedimento regular da polícia. Pelo pouco que se sabe, o paciente teria sido algemado e tratado de forma desproporcional, com ampla exposição midiática, fato a ser apurado posteriormente.

Além disso, o magistrado também ponderou que MC Poze já tinha sido investigado em outro processo semelhante e absolvido em primeira e segunda instâncias.

“O alvo da prisão não deve ser o mais fraco – o paciente, e sim os comandantes de facção temerosa, abusada e violenta, que corrompe, mata, rouba, pratica o tráfico, além de outros tipos penais em prejuízo das pessoas e da sociedade”, escreveu o desembargador.

Até as 10h desta terça-feira (3), Poze permanecia no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio.

SUSPEITA DE LAVAGEM

Viviane Noronha, mulher de Poze, é suspeita de lavagem de dinheiro. O Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf) identificou depósitos nas contas pessoal e empresarial de Vivi oriundos de supostos laranjas de Professor.

2 de 5 A influenciadora e empresária Vivi Noronha — Foto: Reprodução/ Instagram

De acordo com o Coaf, Vivi recebeu R$ 928 mil de pessoas investigadas. Foram 2 transferências:

R$ 858 mil para a conta da empresa de Vivi;
R$ 40 mil para a conta pessoal.

Para a polícia, Vivi e sua empresa são beneficiárias diretas de recursos do Comando Vermelho, com o objetivo de ocultar a origem ilícita do dinheiro.

“As análises financeiras apontam que valores provenientes do tráfico de drogas e de operadores da lavagem de capitais da facção foram canalizados para contas bancárias ligadas à mulher, que passou a ser um dos focos centrais do inquérito”, prosseguiu.

A polícia afirma que essa engrenagem movimentou R$ 250 milhões. Policiais civis das delegacias de Roubos e Furtos (DRF) e de Repressão a Entorpecentes (DRE), além do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), foram cumprir mandados de busca em endereços no Rio de Janeiro e em São Paulo.

3 de 5 Poze do Rodo e Vivi Noronha se casaram no sábado (26) — Foto: Reprodução/ Instagram

TRAFICANTE MORTO

Segundo as investigações, Fhillip da Silva Gregório, o Professor, montou uma extensa rede de laranjas e de empresas de fachada e depositava nessas contas o dinheiro obtido com o tráfico.

Em uma série de transferências, as quantias chegavam a intermediários em Ponta Porã (MS) para a compra de armas e drogas para o Comando Vermelho.

4 de 5 O traficante Fhillip Gregório da Silva, o Professor, no Complexo do Alemão — Foto: Reprodução

No domingo (1º), Professor morreu baleado no Complexo do Alemão. Para a polícia, a principal linha de investigação é que Professor tenha tirado a própria vida.

Ainda segundo a apuração da TV Globo, o traficante estava em depressão e bebia muito, mesmo tomando remédios controlados.

Uma amante dele afirmou, em depoimento à polícia, que ele teria atirado na própria cabeça após uma discussão sobre o relacionamento entre eles.

Não havia operação policial na hora, nem registro de tiroteio. Fhillip morreu com 1 tiro na cabeça, na altura da têmpora direita.

A polícia diz que a morte de Professor não compromete o andamento do inquérito nem interfere nas medidas judiciais em curso.

“Mesmo com sua morte, permanece clara sua importância dentro do esquema, sobretudo na consolidação da cultura do tráfico e na estruturação de empresas de fachada para dar aparência de legalidade ao dinheiro sujo”, afirmou a polícia.

5 de 5 Traficante Professor criou a sua própria marca de cocaína para vender a outros criminosos — Foto: Reprodução

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