Policial morto na Bahia pode ter sido confundido com homem resgatado de tortura e sequestro dois meses antes
Alvo do ataque seria assassinado com um amigo argentino, em janeiro,porém foi salvo por policiais militares. Informações preliminares apontam que ele tem dívida com drogas.
1 de 3 Investigador da Polícia Civil Marcus Vinicius Peixoto Carrete morre aos 41 anos. — Foto: Redes sociais
Investigador da Polícia Civil Marcus Vinicius Peixoto Carrete morre aos 41 anos. — Foto: Redes sociais
A morte do investigador da Polícia Civil da Bahia (PC-BA), ocorrida no fim de semana, em Salvador, pode ter relação com um caso de sequestro e tortura ocorrido em um destino turístico da Bahia no início do ano. A informação foi confirmada ao De nesta segunda-feira (10), por fontes envolvidas na investigação.
Marcus Vinicius Peixoto Carrete tinha 41 anos e não estava de serviço no momento do crime. Segundo testemunhas, o policial assistia a um jogo de futebol, em uma praça do bairro de Stella Maris, próximo a um quiosque, quando foi surpreendido a tiros, na noite do último sábado (8). O suposto alvo dos ataques seria baiano e parente da dona do estabelecimento.
O homem foi sequestrado em janeiro e mantido sob a mira de armas por cerca de 12h, na companhia de um amigo argentino. O crime aconteceu em Porto Seguro, área bastante procurada por turistas na cidade de Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Pelo menos nove suspeitos teriam participado da abordagem.
Durante a ação, as duas vítimas foram roubadas, e o estrangeiro, que morava na Bahia, chegou a fazer transferências, via Pix, no valor de R$ 100 mil, para várias contas estipuladas pelos suspeitos. A dupla também foi ameaçada de morte, até que foi resgatada por policiais militares, após denúncias. Na ocasião, os suspeitos do crime fugiram.
Segundo apurou o De nesta segunda-feira, o motivo da tortura, na época, seria uma dívida de drogas que o baiano fez e que ainda não quitou. E, por isso, ainda estaria sendo procurado pelo grupo criminoso. No sábado, ele teria sido visto no quiosque, o que atraiu os suspeitos para o local, levando a confundir o policial com o homem.
Suspeitos Mortos
Polícia procura 4° envolvido na morte de policial civil
Polícia procura 4° envolvido na morte de policial civil
Ainda no fim de semana, dois suspeitos de envolvimento no homicídio do investigador morreram após confrontos. Em nota, a Polícia Civil da Bahia (PC-BA) informou que realizou oitivas e diligências durante a noite de sábado (8) e a madrugada de domingo (9), e conseguiu encontrar o veículo usado na ação, que estava a poucos metros do local, além de identificar os suspeitos através de imagens de câmeras de segurança.
Um deles, o autor dos disparos, foi localizado no bairro de Vida Nova, em Lauro de Freitas, na RMS. Já o outro suspeito foi encontrado em um condomínio no bairro de Stella Maris. Conforme informou a corporação, os dois foram socorridos, mas não resistiram aos ferimentos.
Uma mulher, que não teve o nome divulgado, mas foi identificada como motorista por aplicativo, foi presa em flagrante. Ela teria dirigido o carro usado na fuga do homem que atirou contra o investigador. O caso segue sob investigação. Diligências continuam em busca de um quarto suspeito do crime.
Quem era o policial morto
Marcus Vinicius Peixoto Carrete integrava o Serviço Aeropolicial (Saer), vinculado à Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core). Natural do Rio de Janeiro (RJ), o investigador estava na corporação baiana desde abril de 2024.
A PC emitiu uma nota de pesar em que afirma que “Carrete exerceu sua função com bravura, dedicação e compromisso com a segurança pública”. Já Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc), também em nota, lamentou o assassinato do investigador e informou que acompanha as investigações “para que os culpados sejam identificados e punidos com o rigor da lei”.
O corpo do policial civil será sepultado no Rio de Janeiro, mas ainda não há data e cemitério definidos. A família pediu apoio da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) para custear o translado de Marcus para a cidade natal.