Investigados da PF depõem sobre suposta ‘Abin paralela’ no governo Bolsonaro

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Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, e o ex-diretor-adjunto do órgão Alessandro Moretti foram ouvidos pela Polícia Federal em Brasília, em depoimentos que duraram horas. Os investigadores estão apurando a existência de uma suposta ‘Abin paralela’ na gestão do governo Bolsonaro, bem como o possível monitoramento de autoridades paraguaias.

Os dois dirigentes chegaram à sede da PF em carros diferentes, por volta das 14h30, para começar os depoimentos agendados para as 15h. Luiz Fernando Corrêa deixou as instalações por volta das 20h, enquanto Alessandro Moretti permaneceu até perto das 23h, totalizando cerca de oito horas de depoimento em Brasília.

Apesar de terem sido ouvidos simultaneamente, Corrêa e Moretti prestaram seus depoimentos em salas separadas, medida comum para evitar interferências nas declarações. Eles foram interrogados como parte de um inquérito que investiga um possível esquema de espionagem ilegal durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ambos os ex-dirigentes não ocupavam cargos de liderança na Abin durante o governo Bolsonaro, mas as autoridades estão investigando se membros influentes da agência, nomeados ainda no governo Lula, teriam interrompido ou obstruído as investigações sobre o caso, impedindo o acesso da PF a informações cruciais.

Além disso, os investigadores também pretendem questionar tanto Corrêa quanto Moretti sobre alegações de espionagem indevida de autoridades do Paraguai. Na mesma semana em que as alegações de monitoramento foram reveladas, o ministro da Casa Civil convocou uma reunião urgente com o diretor-geral da Abin para discutir o assunto.

A presença do diretor-geral da PF na audiência ressalta a gravidade da situação, com informações sendo verificadas no Palácio do Planalto. Em comunicado oficial, o diretor-geral da Abin se colocou à disposição das autoridades para fornecer esclarecimentos sobre os fatos reportados na imprensa e que remetem a decisões tomadas em gestões anteriores.

É importante que as investigações sejam conduzidas com rigor para esclarecer os supostos casos de espionagem e garantir a transparência nas operações da Abin. A demissão do ex-diretor-adjunto Alessandro Moretti indica que o governo está tomando medidas para lidar com a situação e evitar possíveis danos à reputação do órgão.

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