O presidente do Rioprevidência justificou a compra de quase R$ 1 bilhão em títulos do Banco Master explicando que todo investimento possui riscos. Essa decisão foi tomada mesmo com a incerteza de receber os valores de volta. A liquidação extrajudicial do Banco Master colocou em evidência os investimentos de risco feitos pelo fundo de aposentadoria dos servidores estaduais. Após uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que alertou sobre irregularidades nas operações, o governo do Rio assegurou que os pagamentos aos inativos e pensionistas não seriam afetados.
Em resposta às críticas do TCE, o presidente do Rioprevidência defendeu as operações das Letras Financeiras do Master, apontando que as decisões são baseadas em avaliações constantes dos ativos e na conformidade com as normas legais e regulamentares. Mesmo após alertas sobre riscos, o órgão continuou a fazer operações com o banco. Os primeiros aportes no Banco Master somaram R$ 670 milhões em letras financeiras, que não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), aumentando a incerteza sobre a recuperação dos investimentos.
Apesar dos alertas e restrições do TCE, o Rioprevidência investiu mais de R$ 1 bilhão em fundos geridos pelo Banco Master, mesmo durante a crise financeira da instituição. O ex-diretor de investimentos da autarquia justificou as decisões dizendo que as taxas oferecidas pelo Master eram mais vantajosas do que as dos concorrentes. No entanto, os investimentos de risco feitos após os alertas resultaram em perdas significativas, como a desvalorização de ações da empresa Ambipar em 97%.
A análise do Tribunal de Contas revelou que alguns investimentos realizados pelo Rioprevidência geraram menos rendimento do que a poupança, levantando questionamentos sobre a gestão dos recursos previdenciários. A apuração teve início a partir de denúncias de irregularidades nas aplicações, e a prisão do controlador do Banco Master reacendeu as preocupações com a segurança dos investimentos. O advogado Francisco Costa e Silva ressaltou que o RioPrevidência não tem garantias de recuperar os valores aplicados no banco em crise.
Com a incerteza sobre a recuperação dos investimentos e a situação financeira do Banco Master ainda sendo avaliada, o Rioprevidência enfrenta desafios para proteger os recursos dos servidores estaduais. A decisão de investir em instituições de alto risco gerou críticas e questionamentos sobre a gestão dos recursos previdenciários. Os desdobramentos das operações com o Banco Master evidenciaram a importância de uma análise criteriosa e transparente na tomada de decisões de investimento para garantir a segurança e sustentabilidade do sistema previdenciário no estado do Rio de Janeiro.




