IPAAM revisará licenças ambientais emitidas antes de escândalo

O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) vai revisar todas as licenças ambientais emitidas antes da operação da Polícia Federal que revelou um esquema de corrupção. A exoneração do ex-presidente do órgão, Juliano Valente, após o escândalo, levou a decisão de reemissão das licenças anteriormente emitidas. O aviso foi publicado no site do Instituto, que informou que as licenças serão reavaliadas e que o prazo para a resolução dos problemas é a próxima segunda-feira (16).

A Polícia Federal revelou um esquema de corrupção envolvendo fraudes fundiárias e a venda ilegal de créditos de carbono, resultando na prisão de dois servidores do IPAAM e no cumprimento de 18 mandados de busca e apreensão. A nova diretora-presidente designada pelo Instituto, Rosa Mariette Oliveira Geissler, será a responsável por revisar e assinar todas as análises finalizadas pelo diretor-presidente anterior.

Segundo o IPAAM, as licenças estão regulamentadas pela Lei nº 3.785, de 24/07/2012, que trata do licenciamento ambiental no Amazonas. Todo o processo de emissão das licenças será transparente, com as informações publicadas no site do Instituto. Após o prazo estipulado, as empresas poderão efetuar o pagamento das taxas e retirar suas licenças, que serão automaticamente disponibilizadas no portal da transparência.

As investigações da Polícia Federal revelaram que servidores do IPAAM facilitaram práticas ilegais, como a emissão de licenças ambientais fraudulentas e autorizações irregulares para desmatamento. Juliano Valente foi afastado do cargo e exonerado do Instituto após ser apontado como integrante de uma organização criminosa envolvida em fraudes fundiárias no sul do Amazonas.

Os créditos de carbono, parte do esquema de corrupção, são uma ferramenta para combater o aquecimento global. Empresas ou países que conseguem reduzir emissões geram e vendem esses créditos como compensação ambiental. Cada crédito equivale a uma tonelada de dióxido de carbono ou seu equivalente em outros gases de efeito estufa.

Durante a execução dos mandados de busca e apreensão na residência de Juliano Valente, ele tentou se desfazer de provas ao jogar fora o celular, mas o aparelho foi apreendido pela Polícia Federal para perícia. Com a exoneração do ex-diretor-presidente do IPAAM, o Instituto busca regularizar todas as licenças emitidas sob sua gestão anterior para garantir transparência e conformidade com a legislação ambiental do Amazonas.

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Prefeitura de Manaus deve liberar Praia da Ponta Negra após flagrante de banhistas: Entenda.

Após flagrante de banhistas, a Prefeitura de Manaus deve anunciar a liberação da Praia da Ponta Negra. Segundo a prefeitura, a liberação do banho será possível devido à subida das águas do Rio Negro, que ultrapassou a cota de emergência de 16 metros. Com a seca severa, a praia da Ponta Negra, principal balneário de Manaus, estava interditada para banho.

A Prefeitura de Manaus fará o anúncio das ações para a liberação da Praia da Ponta Negra nesta quinta-feira (26). O anúncio vem após o flagrante feito pela Rede Amazônica de banhistas desrespeitando os avisos de interdição para banho, que estão em vigor desde 17 de setembro. A liberação do banho na praia será possível devido ao aumento do nível do Rio Negro, que atingiu 17,09 metros na terça-feira (24), ultrapassando a cota de emergência de 16 metros.

A prefeitura informou, por meio de nota, que o anúncio oficial sobre a liberação do banho na Praia da Ponta Negra será feito às 9h de quinta-feira (26), no anfiteatro do complexo turístico, na Zona Oeste de Manaus. Apesar do anúncio, o local permanece interditado no feriado de Natal, pois na quarta-feira (25) ainda foi possível flagrar banhistas desrespeitando as placas de interdição e vandalizando a cerca que delimita a área interditada.

O monitoramento das condições de banho na praia foi intensificado nos últimos 15 dias pela Prefeitura de Manaus, que solicitou laudos e relatórios do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e do Corpo de Bombeiros. A interdição da Praia da Ponta Negra foi necessária devido à proximidade do fim do aterro perene e ao leito natural do Rio Negro, que pode apresentar alterações no terreno durante os movimentos de cheia e vazante.

Em 2013, a Prefeitura de Manaus assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), resultando na adoção de normas para o uso da praia. De acordo com o TAC, a interdição pode ser aplicada sempre que laudos e relatórios comprovarem que as condições da praia se tornam impróprias para os banhistas, como ocorreu este ano após o Rio Negro atingir 12,11 metros, o menor nível já registrado em mais de 120 anos de medição.

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