“Íris tem na mão o sangue de trabalhadores”, diz Antônio Vieira Neto, do PCB

O DE eleições desta quinta-feira, dia 8, conversou com o professor Antônio Vieira Neto, candidato a prefeitura de Goiânia pelo Partido Comunista Brasileiro. Mas, será que o comunismo consegue emplacar nessa eleição de 2020? Antônio responde: “Nós acreditamos que teremos eco para quem nos interessa, que são os trabalhadores. Principalmente, os explorados, que produzem riqueza e sustentam a minoria privilegiada“. Ele diz acreditar que o Estado é dominado pela classe burguesa, o grande capital.

Então, ele explica o “grande capital”: “As 130 maiores fortunas do Brasil ficaram mais ricas ainda durante a pandemia. O Brasil avançou na insegurança alimentar, que em outras palavras, é a fome. As riquezas cresceram nas mãos dos empresários, banqueiros, industriais”. Embora tenham uma frente de esquerda classista formada por PCB, PSOL e PSTU, Antônio conta: “Não saímos coligados em Goiânia, mas em São Paulo mesmo, estamos juntos na candidatura do Guilherme Boulos, do Psol”.

Mas, por qual razão o PCB não se aliou à esquerda goianiense? “Fazemos a ligação das lutas identitárias de negros, LBGTs, com a luta de classes: superação da opressão, fim das classes sociais, da propriedade privada, luta anticapitalismo e anti-imperialismo. Achamos que estas lutas estão ligadas, e não separadas, e por isso saímos sozinhos”. O candidato também afirma que em Goiânia, dois setores mandam no prefeito Íris Rezende: “Íris é capacho da especulação imobiliária e do setor de transporte, com as empresas de ônibus”.

Ainda no tema de transportes, Antônio expõe sua proposta: “Defendemos o conselho popular de transporte e a estatização de todas as empresas de ônibus”. Aos colegas concorrentes ao pleito, ele tem suas acusações: “Maguito, Íris e Vanderlan estão a  serviço do grande capital e vão continuar estando”. Ao atual prefeito, a acusação é mais dura: “Iris tem na mão o sangue de trabalhadores e professoras”, começa. “Vi companheiros apanhando da Guarda Municipal a mando do senhor Íris Rezende”, lembra.

Para a segurança pública da capital, o político do PCB expõe: “Nós comunistas somos a favor da desmilitarização da questão da segurança, inclusive da PM. A lógica militar está unida à uma lógica de guerra, a guerra ao tráfico“. Ele acusa esta lógica do “extermínio da população negra, pobre e de periferia”. E termina: “Queremos investir mais nas áreas sociais, com uma lógica preventiva para a violência”.

Veja: 

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Vídeo: Circulação de fake news fez Goiás cair índice a cobertura vacinal infantil

Devido às baixas procuras por vacinas, em função da pandemia de Covid-19 e circulação de fake news, Goiás deu início nesta segunda-feira, 8, à Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Crianças e Adolescentes. O objetivo é reduzir o risco de transmissão de doenças imunopreveníveis, como a paralisia infantil, sarampo, catapora e caxumba. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%, ou seja, longe do ideal que 95%.

De acordo com a gerente do Plano de Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria de Estado de Goiás, Clarice Carvalho, durante o período crítico da pandemia da Covid-1, no estado, muitos pais deixaram de levar as crianças até uma unidade de saúde para atualizar o cartão de vacinação. O medo, em parte, estava relacionado à doença, porém, a circulação de informações falsas contribuíram com o quadro.

“Muitas pessoas tinham receio de ir até uma unidade de saúde para se vacinar, mesmo estas unidades estando preparadas para acolher as pessoas. Ainda houve um receio, mas devido a circulação de fake news, informações incorretas, informações falsas, abordando a segurança da vacina”, explicou Clarice.

Para esse público, que ficou sem vacinar durante os últimos dois anos, os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) vão elaborar um plano para que o esquema vacinal fique completo.

Além disso, de acordo com a gerente do PNI, em Goiás, diversos municípios já atuaram ativamente para buscar as crianças que precisam de algum imunizante.

“Os municípios têm trabalhado sim nesta busca ativa, indo nas casas, principalmente, para vacinar as crianças de acordo com as doses programadas para a sua idade”, explicou Clarice.

*Entrevista completa ao final do texto*

Multivacinação Infantil

A Campanha de Multivacinação está aberta em todos os 246 municípios goianos, com objetivo de sensibilizar pais e responsáveis a levarem as crianças e adolescentes aos postos de saúde para completarem o cartão vacinal.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que, nos últimos anos, as coberturas vacinais de todas as vacinas estão bem abaixo de 95%, meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS) para garantir a proteção coletiva de toda a população infantil. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%.

Risco

O Brasil já convive com a reintrodução de doenças que já haviam sido erradicadas. Dois anos depois da concessão do Certificado de País Livre do Sarampo, com a circulação do vírus dessa doença e a transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o país perdeu essa certificação. De 2019 a 2020, foram 20 casos notificados em Goiás.

Também a difteria, que havia sido controlada, deixando de ser uma preocupação dos gestores de saúde, voltou a apresentar casos isolados. O último caso da doença havia sido notificado em 1998. Neste ano, foi registrado um caso da enfermidade, em Santa Helena de Goiás.

Com o vírus da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, circulando em países da África e diante das baixas coberturas registradas nas crianças brasileiras, existe o risco do retorno dessa doença, prevenida com apenas duas gotinhas da vacina Sabin.

O Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de imunizar 95% do público-alvo vacinado contra a poliomielite, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença.

Sarampo, tétano, difteria, poliomielite, tuberculose, coqueluche, meningites e várias outras doenças são prevenidas com vacinas seguras, testadas e usadas há mais de 30 anos com sucesso no Brasil.

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