Italianos consideram revogar cidadania honorária de Jair Bolsonaro

Italianos consideram revogar cidadania honorária de Jair Bolsonaro

Depois dos ataques terroristas do último final de semana, em Brasília, cujos participantes foram bolsonaristas que pediam intervenção militar, parlamentares italianos estão pressionando uma prefeita do país. Isso porque ela concedeu cidadania honorária ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Diversos partidos manifestaram a proposta de que a política revogue tal honraria.

A cidadania honorária de Bolsonaro

Em novembro de 2021, Bolsonaro viajou à Itália e recebeu homenagens da prefeita da comuna de Anguillara Veneta, na região do Vêneto, província de Pádua. Alessandra Buono, com ligações junto à extrema-direita do país europeu, concedeu a cidadania honorária ao ex-presidente do Brasil por conta dos seus laços familiares. Seu bisavô, Vittorio Bolzonaro, era italiano.

Fontes próximas a Bolsonaro indicam que o ex-presidente derrotado nas últimas eleições considerava a ideia de morar na Itália após perder o cargo de presidente do Brasil. Contudo, se depender de alguns parlamentares do país europeu, a situação pode ficar mais difícil.

“Após a tentativa de golpe no Brasil por partidários do ex-presidente, só podemos confirmar o absurdo desse reconhecimento que pedimos para ser revogado com urgência”, declararam Vanessa Camani e Andrea Zanoni, do Partido Democrático, ao jornal Podova Oggi.

“Quero informar que os filhos de Bolsonaro, Eduardo e Flavio, solicitaram a cidadania italiana e parece que Jair Bolsonaro também. Espero que o governo italiano informe o parlamento e rejeite o pedido de cidadania da família Bolsonaro. A Itália não pode apoiar aqueles que são contra a democracia”, disse o deputado Angelo Bonelli, líder do Partido Verde.

O Movimento Cinco Estrelas e a Refundação Comunista também estão entre os partidos que pedem a revogação da cidadania honorária de Bolsonaro. Alessandra Buono, a prefeita de Anguillara Veneta, até o momento não se manifestou a respeito do assunto.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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