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Itamaraty confirma morte de brasileiro desaparecido em Israel

Última atualização 10/10/2023 | 12:42

O brasileiro Ranani Nidejelshi Glazer foi encontrado morto em Israel após ataques do grupo terrorista Hamas. A morte foi confirmada na manhã desta terça-feira, 10, pelo Itamaraty. Em nota, o órgão lamentou a morte e afirmou que repudia os atos de violência que ocorrem no país desde sábado, 7.

“O Governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, do falecimento do cidadão brasileiro Ranani Nidejelski Glazer, natural do Rio Grande do Sul, vítima dos atentados ocorridos no último dia 7 de outubro, em Israel. Ao solidarizar-se com a família, amigas e amigos de Ranani, o Governo brasileiro reitera seu absoluto repúdio a todos os atos de violência, sobretudo contra civis.”, diz a publicação.

Autoridades do país lamentaram a morte do brasileiro. Através das redes sociais, o presidente Lula republicou a nota do Itamaraty. Já o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, escreveu que recebeu a notícia com tristeza e que condena “todos os atos de terrorismo”. O vice-governador, Gabriel Souza, também prestou solidariedade e pediu que “a paz seja restaurada e as vidas – de ambos os lados – preservadas na região”.

Desaparecimento de Ranani

Assim como outros brasileiros, Ranani estava em uma rave ao ar livre quando a invasão começou. Ele, um amigo e a namorada teriam conseguido sair do local e encontrar um bunker para se proteger. No entanto, o local foi invadido e os amigos se perderam de vista. Um deles teria se fingido de morto para conseguir continuar vivo.

“Eu lembro do Ranani me falando para eu não olhar, porque tinham pessoas mortas em cima da gente e que estávamos usando o corpo delas para não tomarmos tiros”, conta a namorada de Ranini, Rafaela.

Outras duas brasileiras continuam desaparecidas. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, Bruna Valeanu e Karla Stelzer Mendes tinham dupla nacionalidade e estavam no mesmo festival de música em que Ranini desapareceu.

Israel x Hamas

Os conflitos entre o país israelita e o grupo islâmico da Palestina começaram no último sábado, 7, após Hamas lançar foguetes contra cidades de Israel localizadas na Faixa do Gaza. As invasões ocorreram também entre terra, ar e mar, e foi preciso declarar estado de guerra no país devido aos ataques e sequestros de israelenses, levados como reféns para Gaza.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 123 mil pessoas foram internamente deslocadas dentro da Faixa de Gaza e algumas regiões registraram escassez de alimentos. As últimas informações apontam que ao menos 1.120 pessoas morreram, e outras milhares ficaram feridas.

Os conflitos na região existem há décadas e já resultou em milhares de mortes. A disputa ocorre desde 1948, quando Israel foi reconhecido como um Estado e os Hamas passaram a disputar parte do território na região. Diversos acordos que estabelecem a paz na região tentaram ser realizado, mas nenhum deles teve sucesso.

A maioria das disputas ocorrem na Faixa do Gaza, um território palestino localizando em um estreito pedaço de terra na costa oeste de Israel, na fronteira com o Egito e banhado pelo Mar Mediterrâneo. A região é liderada pelo Hamas desde 2007, sendo marcada pela pobreza e superlotação. São mais de 2 milhões de habitantes morando em um território de 41 km de comprimento e 10 km de largura.