Itens natalinos sofrem aumento de 1,02% em 2023, aponta FGV

Um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE) mostrou que a inflação dos principais itens da época de Natal sofreu um aumento de 1,02% em 2023, quando comparado ao ano passado. Segundo as pesquisas, o valor dos principais itens de presentes ficou abaixo da inflação geral no país, e 5%, e também da inflação dos alimentos da ceia, que foi de 1,95%.

De acordo com o estudo, quatro dos 11 itens de presentes monitorados pela pesquisa ficaram mais baratos. Entre eles estão os eletrodomésticos (-0,44%), equipamentos eletrônicos (-2,91%), bijuterias (-4,59%), e instrumentos musicais (-0,99%).

Já as altas no preço foram constatadas nos itens de roupa (2,40%), calçados (2,40%), calçados (2,48%), relógios (3,58%), cintos e bolsas (3,24%), perfume (2,15%) e brinquedos e artigos esportivos (2,29%). Já os itens mais caros de todos foram os livros didáticos, que apresentaram uma alta de 6,03%.

“O mercado de livros passa por um período de crise, muitas pessoas têm inclusive optado por dispositivos de leitura e livros eletrônicos. As livrarias que são referência no mercado fecharam com problemas financeiros. [A alta] É uma coisa específica do mercado”, diz André Braz, economista e analista do FGV Ibre.

A pesquisa estima ainda que, no total, os presentes natalinos devem injetar cerca de R$ 74,6 bilhões na economia.

Ceia mais barata

Outro item comum no natal são os produtos comprados para a ceia natalina. Segundo o instituto, apesar de terem registrados aumento, os típicos alimentos desta época vão estar um pouco mais baratos do que no ano passado.

De acordo com a pesquisa, a batata inglesa (-16,37%) aparece como o item mais barato. Em seguida, vem a cebola (-23-34%), o pernil suíno (1,40%) e o frango inteiro (-13,68%). Já as altas na inflação foram registradas em itens como arroz (20,65%), tomate (22,47%), abacaxi (12,59%) e o bacalhau.

O título de grande vilão na mesa vai para o azeite de oliva, que nos últimos meses vem enfrentando uma alta extraordinária no preço e chegou a registrar uma inflação de 29,83%. Outros itens que também ficaram caros e irão pesar no bolso do consumidor são as frutas melão (2,26%) e uva (1,55%), além de outros itens como bolo pronto (3,77%), lombo suíno (0,06%), maionese (7,98%), refrigerantes e água mineral (7,54%), sucos de fruta (5,74%), cerveja (7,58%) e vinho (2,11%).

No total, a inflação na mesa do consumidor chegará a aproximadamente 4,48%.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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