Iza brilha no The Town com show reggae ao lado de Olodum e Toni Garrido

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Iza convida Olodum, Toni Garrido e Célia Sampaio no The Town e mostra que reggae não é só Bob Marley

Cantora inaugurou projeto reggae mesclando seus próprios hits com músicas de Chico César, O Rappa e Skank.

Iza canta ‘Dona de Mim’ no The Town

Iza canta ‘Dona de Mim’ no The Town

Vestida como uma Cleópatra moderna, Iza abriu com grande estilo seu projeto reggae neste domingo (14), ao se apresentar no The Town. Mesclando o próprio repertório com várias versões, ela acenou à história do gênero (sobretudo no Brasil) e provou que pretende mergulhar no estilo – com direito a uma prévia da nova música.

O show tinha todo jeito de culto, em um palco que simulava um templo azul. Começou com um manifesto e uma espécie de bênção: Célia Sampaio, a “dama do reggae” maranhense, entrou abrindo os caminhos para a cantora.

Como uma profetisa, Iza entoou versos de “O Que Se Cala”, de Elza Soares, e seguiu com arranjos dub de seus próprios hits, como “Dona de Mim” e “Fé”. Depois, surpreendeu ao tocar a nova música “Caos e Sal” pela primeira vez, um reggae com flow rápido da cantora.

Iza já vinha dando dicas que vinha aí um disco do gênero, mas pouco se sabia sobre o projeto e essa estética Egito futurista. A artista já flertava tanto com o som em faixas como “Pesadão” e “Brisa”, quanto com a ideia de raízes e futurismo no último disco, “Afrodhit”.

(O projeto de 2023 é querido pelos fãs, mas em meio a tretas na vida pessoal e a maternidade, ficou um pouco “esquecido no churrasco”.)

Então, a carioca visitou a ideia de rito egípcio como uma alusão ao mistério e à riqueza do reggae – uma forma de argumentar que, para ela, o estilo é sagrado.

A roupagem pop e conceitual, com dançarinos cobertos com mantos azuis, é bem do estilo dela e deixou o show inegavelmente belo. Se o som não engajasse alguns fãs de Katy Perry presentes, a estética deixava tudo mais palatável. Também foi um alento que ela tenha fugido do clichê verde, amarelo e vermelho para homenagear o reggae.

Depois de uma boa leva dos seus próprios hits, a cantora seguiu o protocolo e incluiu versões de clássicos como “Redemption Song” e “Is This Love”, de Bob Marley. Mas se antes ela se demorava muito em referências gringas, desta vez, Iza não deixou de olhar para o Brasil.

Afinal, o estilo jamaicano já não é só de Bob Marley e, por aqui, falar de reggae é falar do suíngue afro-brasileiro, dialogar com o rock nacional e a MPB. Estranho seria se Iza passasse por cima disso, fazendo só reggae para inglês ver.

Então, ela cantou “Mama África” com Célia Sampaio (aproveitando para explicar que se tratava de um ícone do gênero), seguiu com “Vapor Barato” na versão d’O Rappa e “Novidade”, de Gil (que neste arranjo incluiu citações de “Jackie Tequila”, do Skank). E ainda trouxe Toni Garrido, do Cidade Negra, ao palco.

Em um The Town com pouquíssimos convidados, Iza foi uma das raras artistas até aqui a trazer vários de uma vez. Animou muito o público ao chamar o Olodum para uma celebração samba-reggae, com “Faraó”. Eles também deram o jeitão carnavalesco para “Pesadão”, da cantora.

Uma vez que tinha o aval dos ídolos, Iza encerrou com seus próprios hits, “Brisa” e “Gueto”. Uma forma de deixar claro que o reggae já fazia parte da história dela.

Foi um show bem a cara da cantora, que caprichou (e mostrou que conhece) para fazer o reggae na sua própria linguagem pop. Agora, é torcer para ela manter o capricho para o álbum que vem por aí.

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