Já chega a 93 o número de mortos por causa das fortes chuvas em Recife

Nesta terça-feira, 31, o Corpo de Bombeiros chega ao quarto dia de buscas às vítimas das chuvas que provocaram deslizamentos e alagamentos na Grande Recife e também na Zona da Mata, no estado de Pernambuco. No entanto, o resgate foi interrompido em alguns pontos, nesta madrugada, porque um temporal atingiu a região. Até agora, estão confirmadas 93 mortes.

Além das mortes, as chuvas intensas deixaram pessoas desaparecidas, desalojadas e desabrigadas. Pelo menos 14 cidades decretaram situação de emergência. Até o momento, 26 vítimas ainda estão desaparecidas. O número de desabrigados chegou a 6.170.

Segundo as equipes de resgate, o ponto mais crítico é o do Jardim Monte Verde, que fica no limite entre Recife e Jaboatão. No local, morreram mais de 20 pessoas. Nesta região e na comunidade Vila dos Milagres, entre os bairros do Ibura e Barro, na Zona Oeste, existe risco de novos deslizamentos.

Bombeiros goianos devem ajudar nas buscas

Na tarde desta segunda-feira (30), o governador Ronaldo Caiado disse, em vídeo publicado em uma rede social, que determinou o envio de equipe dos Bombeiros goianos para ajudar no resgate. “Determinei, neste momento, que uma equipe do Corpo de Bombeiros junto com nossos cães farejadores se desloquem para aquela cidade, a capital do estado [de Pernambuco], e ali auxiliem as buscas, como também outras ações que possam ser feitas”, afirmou.

A assessoria da Corporação informou que dois militares e dois cães farejadores serão enviados a Recife, ainda nesta terça-feira (31). Em março deste ano, uma equipe de quatro militares e três cães farejadores do Corpo de Bombeiros de Goiás foi enviada à Petrópolis, região serrana do estado do Rio de Janeiro, e ajudaram a localizar cerca de 97 vítimas das fortes chuvas que atingiram a cidade. Procurada pela reportagem, a assessoria do Corpo de Bombeiros disse na manhã desta terça-feira, que a equipe ainda não foi para Recife.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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