Nesta sexta-feira, 12, o Diário do Estado traz uma entrevista com Larissa Cantarelli, a goiana que saiu para conhecer o mundo todo andando só de bicicleta. “Boa tarde aí no Brasil e boa noite para mim aqui na Turquia!“, brinca a viajante. “Desde os meus 15, quando eu tive contato com a bicicleta, eu fiquei simplesmente apaixonada e até os meus 19 anos eu usava a bike como meu meio de transporte em Goiânia. Nesse meio tempo, eu acabei co-fundando o projeto ‘Bike Anjo’ em Goiânia, que é originalmente de São Paulo, mas eu trouxe esta ideia para cá. O objetivo é ensinar a pessoas que nunca pedalaram, a andar de bicicleta!”.
Este era apenas o início da aventura entre Larissa e o seu meio de transporte favorito. Agora, com 28 anos, ela lembra que mudou para Pirenópolis e lá era dona de uma hospedagem. “Depois disso, resolvi ir para o mundo pedalar! É muito para mostrar para as pessoas que além de seguir os sonhos, podemos enfrentar desafios, porque este é um grande desafio, tanto físico, quanto emocional!”, aponta a ciclista. “Passando por países diferentes, culturas diferentes, conhecendo pessoas diferentes e aprendendo novos idiomas”, exemplifica.
“Já tem dois anos, completa agora em abril. Comecei em abril de 2019. Peguei um avião de Brasília para Lisboa e comecei de Portugal. Até agora, já rodei 15 países: depois de Portugal, passei por Espanha, França, Suíça, Itália, Croácia, Montenegro, Albânia, Cosvo, Macedônia, Bulgária e cheguei na Turquia em outubro de 2019. De lá, decidi pegar um voo para Israel, atravessei o país pela Palestina, e em fevereiro de 2020 cheguei ao Egito pelo Sinai, numa das fronteiras mais atingidas por conflitos de guerra no mundo”, observa Larissa, que depois voltou à Israel e ficou “presa” por 6 meses no país, por conta da pandemia.
E como ela faz para sobreviver? “Eu juntei um pouco de dinheiro antes, mas acabou. Geralmente, o que eu gasto é com comida, porque para dormir, eu uso dois aplicativos de viajantes, que mostram uma rede de pessoas que abrem suas casas para viajantes em cada país. Eu também acampo muito em postos de gasolina, ou em campings. Na necessidade, eu bato na porta das pessoas que têm um jardim, e peço para colocar a minha barraca para dormir. Há sempre pessoas que querem nos receber!”, ela relata. “Agora a minha comida, eu leva na bicicleta o ‘kit sobrevivência’, com uma panela pequena, uma chama pequena e um gás pequeno”, conta.
“Geralmente eu compro alimentos no supermercado mesmo. Mas na França, por exemplo, tem um aplicativo que você consegue pegar a comida nos mercados por um valor irrisório, simbólico! E na Europa também tem aplicativos que você também pode pedir comida para os outros… aquela que vai ser jogada fora. Por exemplo, você tem na sua casa e vai vencer, então ao invés de jogar fora, eles pensam no outro e vendem a um preço baixo”, ela descreve. “Mas as pessoas também para e oferecem coisas para mim, na rua, nas lojas… em todos os lugares!”, comemora a aventureira.
Para seguir o roteiro de Larissa, siga-a no Instagram.