Jalles Fontoura: “A Saneago tem um projeto vigoroso de investimento”

Ex-prefeito de Goianésia, Jalles Fontoura (PSDB), tomou posse como presidente da Saneago no início de fevereiro deste ano. Já adaptado ao cargo, o tucano contou ao Diário do Estado sobre a atuação situação financeira da Concessionária e as consequências da Operação Decantanção, deflagrada pela Polícia Federal no ano passado. Ele ainda falou sobre os investimentos da Saneago em todo o estado e analisou o futuro da política goiana e de seus partidos nas eleições de 2018.

Divino Olávio, Ricardo Castro, Sara Queiroz
Diário do Estado – Qual a situação da Saneago atualmente?
Jalles Fontoura – A Saneago é a maior estatal do Centro-Oeste. Ela tem um faturamento anual de R$ 2, 3 bi. É uma empresa que está em 225 municípios de Goiás. Nós somos uma empresa de água, seja tratada ou esgoto. Ela tem uma atividade básica fundamental para as pessoas. Nós somos uma empresa concessionária dos municípios, já que o serviço de água e esgoto faz parte das responsabilidades dos municípios. A Saneago tem como meta universalizar a água e o esgoto.

Diário do Estado – Qual o plano de investimentos da Saneago?
Jalles Fontoura – A Saneago tem um projeto vigoroso de investimento. Temos investimentos de grandes valores em Goiânia, em Anápolis, no Entorno de Brasília. O investimento total em 2017 e 2018 será de R$ 1,2 bi mais cerca de R$ 300 milhões da Odebrecht Ambiental, que está fazendo investimento na área de esgoto em quatro cidades goianas como sub-concessionária da Saneago.

Diário do Estado- A municipalização da rede de água e esgoto é uma das promessas de campanha do atual prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB). Como está essa negociação com o prefeito?
Jalles Fontoura – Esse tema é recorrente em praticamente todas as cidades goianas. A Saneago presta um serviço que dificilmente vai ser igualado pelos prefeitos. Todos os 21 municípios onde a água e esgoto são responsabilidade da prefeitura, os serviços são piores que oferecidos pela Saneago. Isso se justifica pelos laboratórios de qualidade que temos. O prefeito Iris Rezende, a partir desse diálogo, abriu uma negociação para poder ver os pontos. Na verdade, a Saneago é a melhor prestadora de serviços para a prefeitura. O programa de investimentos em Goiânia é de grande escala. Só no sistema produtor de água Mauro Borges são R$ 341 milhões para se colocar 100% da Região Metropolitana de Goiânia com serviço de água. Na parte de esgoto, temos investimentos de mais R$ 80 milhões.

Diário do Estado – O que significou a operação Decantação para a Saneago?

Jalles Fontoura – Ela deu um prejuízo enorme para a Saneago e principalmente para a população. Ela atrasou o programa de investimentos. O custo da operação Decantação foi muito alto para as sociedades goiana, brasiliense e para a empresa. Tudo isso tem reflexos econômicos. Felizmente, essa operação está praticamente superada e temos a oportunidade de voltar com os investimentos.

Diário do Estado – Como está hoje o processo desta operação ?

Jalles Fontoura – Esse processo tem duas partes. Uma parte, que é administrativa e gerencial, já tem toda a composição feita. A continuidade dessa impossibilidade de investimento está dando um prejuízo muito grande. A gente está colocando no papel o que já foi acertado em reunião. Esperamos que neste mês de abril, tenhamos superado essa operação e vamos voltar com todos os investimentos. Do ponto de vista criminal, vai ter sequência individual, com cada pessoa. Não terá nada com a empresa”

Diário do Estado – Existe alguma possibilidade da Saneago ser privatizada?

Jalles Fontoura – Nós somos um estado com equilíbrio fiscal e não temos necessidade de vender a Saneago. A empresa deu lucro em 2016 de R$ 145 milhões. O modelo de gestão que a Saneago pratica é o melhor, o mais conveniente e o mais adequado para Goiás. Tanto na parte de tarifas, quanto na eficiência. A Saneago fez um caminho de muito sucesso. Ela tem um valor muito grande e um corpo de funcionários com grande experiência. Não existe nenhuma motivação para privatizar a Saneago. Ao contrário de outros estados que tomaram esse rumo, a Saneago não será privatizada.

Diário do Estado – Como estão as dívidas da Concessionária?
Jalles Fontoura – O giramento da Saneago é de seis meses de arrecadação, o que é muito normal. Estamos trabalhando para alongar o endividamento. Do faturamento de R$ 2,3 bi, devemos R$ 1,2 bi. Desse valor, cerca de R$ 80 milhões são de curto prazo e juros elevados. Hoje já não recebo funcionários, fornecedores, empreiteiros cobrando dívidas da Saneago. Todos estão programados. Não temos uma dívida hoje. Temos todas as certidões, todos os pagamentos em dia. Essa é uma parte saudável da empresa.

Diário do Estado – Quais os próximos investimentos?

Jalles Fontoura – Os investimentos da Saneago são cerca de R$ 1,5 bi em 2017 e 2018. Grande parte já estão garantidos. O governador destacou R$ 100 milhões da venda da Celg para investimentos da Saneago. Na Grande Goiânia, temos R$ 20 milhões para terminar a Mauro Borges, R$ 80 milhões fazer uma ETE e R$ 178 milhões para fazer o linhão até Aparecida. Em Anápolis, são R$ 103 milhões de investimentos no sistema Capivari, mais R$ 15 milhões em esgoto e outros. Em Brasília, temos R$ 100 milhões do Corumbá IV e mais R$ 100 milhões para Águas Lindas. Nós temos muitos outros investimentos no estado inteiro. Existem grandes demandas por extensões de redes de água e esgoto.

Diário do Estado – José Eliton será o candidato a governador?

Jalles Fontoura – O lançamento do Goiás na Frente marca a arrancada do governo nos dois últimos anos. 2017 e 2018 são anos que vão preparar a sucessão. O governador Marconi trabalhou muito nos primeiros dois anos no ajuste do estado. Aqui em Goiás, estamos num processo de muita articulação. O vice-governador é um candidato natural porque ele vai assumir o governo numa eventual saído do Marconi para concorrer ao Senado ou em um projeto nacional. Ele está trabalhando muito para consolidar a candidatura. Essa discussão de nomes e projetos é muito rica e eu espero que o programa (Goiás na Frente) tenha vitalidade e energia para provar que é o melhor para continuar.

Diário do Estado – Esse governo está no poder há 20 anos. Não está desgastado?

Jalles Fontoura – Esse é um bom desafio. Desgastado com o nível de investimento que está acontecendo no estado? A energia que o governo de Goiás tem hoje é muito grande. Existe um desafio. O PMDB teve vitórias importantes nas eleições municipais e nós temos boas propostas. Será uma ótima avaliação da democracia goiana. Eu percebo que nós temos muito o que fazer pelo estado. Esse projeto tem fazer muito bem feito e bem apresentado para o eleitorado goiano. Tenho muito confiança nele. Não vi outro projeto bom para o estado, muito pelo contrário.

Diário do Estado – O senhor consegue explicar qual o motivo para perder a última eleição em Goianésia?
Jalles Fontoura – Goianésia recebeu, além dos fundos para fazer uma faculdade de Medicina, uma montadora de carro elétrico. Ninguém nem sonhava com isso. Foi empate, 1% de diferença, mas é a onda. Onda de mudança. A percepção das empresas de rating é que pode haver uma mudança populista no Brasil ano que vem. Por isso o Temer está correndo contra o tempo. O Brasil teve recessão, Goianésia não. Mas existe a onde de mudança.

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Hackers atacam site do governo argentino e divulgam ofensas a Javier Milei

O site oficial do governo da Argentina foi alvo de um ataque cibernético na noite desta quarta-feira, 25. Durante a invasão, os hackers publicaram ofensas direcionadas ao presidente Javier Milei, além de conteúdos antissemitas.

De acordo com o jornal La Nación, o portal “Mi Argentina” ficou fora do ar por mais de uma hora, impossibilitando o acesso aos serviços disponíveis. A Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do país informou que o ataque ocorreu por volta das 21h30.

Entre as ações dos invasores, foram divulgadas músicas com insultos ao presidente, alterações em cabeçalhos e rodapés do site e uma série de stories na conta oficial do governo argentino no Instagram.

Em nota publicada na rede social X, a Secretaria de Inovação afirmou que o episódio reflete a precariedade dos sistemas herdados de administrações anteriores. O órgão também criticou a oposição por não apoiar investimentos em cibersegurança, previstos no decreto de necessidades e urgência proposto por Milei.

A Secretaria declarou ainda que o problema foi resolvido e os sistemas foram restabelecidos.

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