Janot diz que saída de Rocha Loures da prisão faz parte do processo

A dois meses de deixar o cargo, o procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, disse hoje (1º), em São Paulo, que a saída de Rocha Loures da prisão faz parte do processo. “Cada um de nós tem seu entendimento jurídico sobre as questões. O que eu posso dizer é que o Ministério Público tem a mão mais pesada que os outros atores de Justiça”.

Janot participou neste sábado do Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em São Paulo. Ele falou a uma plateia de jornalistas e estudantes sobre o desenrolar da Operação Lava Jato e as perspectivas de combate à corrupção no Brasil.

No painel “Desafios no Combate à Corrupção: a Operação Lava Jato”, o procurador voltou a elogiar a decisão do Supremo Tribunal Federal, tomada na última quinta (29), de validar a delação dos executivos da JBS. “A decisão é fantástica. Ela salvou o instituto da delação premiada”.

Sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer, ele disse que denunciar o presidente do país não é uma tarefa fácil. “Queria passar ao largo disso, mas tenho que cumprir minha missão”.

Quanto à imunidade concedida a Joesley e Wesley Batista, sócios da J&F, dona da JBS, Janot afirmou que os irmãos garantiram entregar autoridades e não abriram mão do benefício da delação. “Se eu não tivesse dado imunidade, não tinha acordo. Se não tivesse acordo, não tinha investigação. E se não tivesse investigação, não cessava o crime”. Para ele, a delação não significa que os irmãos não sejam criminosos. “Continua sendo bandido. É réu colaborador”.

Para Rodrigo Janot, a escolha de Raquel Dodge, sua sucessora na PGR, foi legítima. “O importante é que o nome escolhido seja da lista. A lista é tríplice, não é eleição direta. E dentro da lista você escolhe um dos três. A escolha foi legítima”.

Fonte: Agência Brasil

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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