O Jardim Botânico de Brasília vai substituir pinheiros tradicionais por árvores nativas do cerrado. A vegetação atual foi plantada nos anos 1980, porém, não está alinhada aos conceitos contemporâneos de valorização da flora nativa. Além disso, os pinheiros são mais inflamáveis e dificultam o desenvolvimento de outras espécies.
A partir de agosto, mais de 600 pinheiros serão removidos de áreas como o estacionamento, os locais destinados a piqueniques e o entorno da estufa do Jardim Botânico de Brasília. Essas árvores, plantadas na década de 1980, seguiram padrões paisagísticos da época e serão substituídas por espécies nativas do cerrado, conforme estudo realizado pela Universidade de Brasília (UnB) e com aval do Instituto Brasília Ambiental.
De acordo com especialistas, os pinheiros apresentam algumas desvantagens em relação às espécies nativas, tais como a falta de integração com a flora e fauna local, a tendência a isolar áreas de plantio, o risco de quedas e a inflamabilidade, podendo contribuir para a propagação de incêndios naturais e criminosos.
A decisão de substituir os pinheiros foi motivada pela preocupação com a segurança dos frequentadores do Jardim Botânico. Quedas de árvores já foram registradas no local, levando a administração a antecipar a retirada dos pinheiros, que deve ser concluída até outubro. Durante o processo, áreas do parque serão temporariamente isoladas para garantir a segurança dos visitantes.
A madeira retirada dos pinheiros será reaproveitada na criação de mesas e pergolados no próprio Jardim Botânico. Em uma ação anterior, o Parque da Cidade, na área central de Brasília, removeu mais de 1,6 mil pinheiros, após acidentes graves causados por quedas de árvores. A substituição das árvores visa prevenir novos incidentes e promover a preservação das espécies nativas.
O Jardim Botânico, conhecido como um dos cartões-postais de Brasília, recebe turistas e visitantes que apreciam a beleza natural do local. A mudança na vegetação, embora gere nostalgia em alguns frequentadores, visa promover a preservação ambiental e a segurança dos frequentadores. A transição para árvores nativas do cerrado contribuirá para a diversidade ecológica do parque, tornando-o mais resistente e sustentável a longo prazo.