Jeito de morar do goianiense: casa ainda é preferência, na contramão do brasileiro, aponta IBGE

Embora o ritmo da verticalização de Goiânia seja intenso, o número de casas na capital ainda predomina. Para cada apartamento, são quatro residências tradicionais. A preferência por elas segue na contramão da média nacional. Entre 2016 e 2022, enquanto o número de moradores de apartamentos cresceu 7,7%, e a quantidade de moradores em casa aumentou 1,75% no Brasil, em Goiânia, aconteceu o inverso.

O volume de moradores em casas cresceu 4,9% no mesmo período (de 1,172 para 1,230 milhão de habitantes), enquanto o de apartamentos só cresceu 0,72% (de 276 para 278 mil habitantes). Os dados são Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do IBGE.

Um dos motivos é que, mesmo com toda modernização, a jovem capital de Goiás, que faz aniversário no dia 24 de outubro, mantém forte ligação com suas raízes rurais. Esse comportamento faz de Goiânia um dos principais locais onde se implanta os condomínios horizontais, a versão da casa com segurança na atual conjuntura urbana.

Segundo o Sindicato de Condomínios e Imobiliárias de Goiás (Secovi-GO), são 221 empreendimentos desta natureza na capital. E grande parte dos residenciais já implantados se concentram na região da GO-020. Incorporadoras preveem que cerca de 30 novos condomínios serão lançados nos próximos anos nessa área, entre Goiânia e Senador Canedo, em terrenos localizados antes e depois do posto da Polícia Rodoviária Estadual, que somam cerca de 20 mil lotes.

Na prática

Com 35% de lotes vendidos apenas em sua primeira semana de lançamento, em agosto, o residencial Oásis Laguna é um exemplo da força do segmento na cidade. Ele está sendo erguido na região da GO-020 pelas empresas Sobrado Urbanismo, Sousa Andrade Construtora e Tropical Urbanismo e Incorporadora.

O empreendimento terá 563 lotes com metragens entre 250 e 600 metros quadrados e será o primeiro condomínio horizontal do estado a ter uma pista de boliche privativa. A área de lazer contará ainda com pistas de skate e ciclismo, um aquaplay na piscina infantil e um sports bar para os moradores e seus convidados, se tornando um verdadeiro resort particular.

“Antigamente tinha-se a impressão que condomínio fechado era longe, mas não. Agora, com novos empreendimentos que estão sendo lançados, tudo se tornou fácil. Acredito que o goianiense percebeu isso e fez com que ele comprasse em maior número, porque ele percebeu que a qualidade de vida que ele precisa vai estar nesses condomínios”, destaca o diretor da Sousa Andrade Construtora, Danilo Andrade Sousa Braz.

Vivência

A empresária Luciana Rolim Venturini mora há 12 anos em um condomínio horizontal na GO-020. A segurança e qualidade de vida foram fatores fundamentais para que ela e o marido escolhessem esse tipo de moradia. Luciana conta que mesmo durante o isolamento social provocado pela pandemia, a família não sentiu tanto quanto as pessoas que ela conhece e que moram em apartamento.

“Com o espaço aqui, temos a oportunidade de cultivar um pomar, ter uma piscina, quintal gramado, entre outras coisas, que nos proporciona melhor qualidade de vida”, relata.

“Morando em condomínio fechado não temos medo porque tem muita segurança. Podemos deixar as crianças andarem livres na rua. Podemos caminhar nos parques e andar de bicicleta na rua sem nenhuma preocupação.

Os vizinhos são todos amigos, um ajuda o outro, acaba que temos mais liberdade também”, completou Luciana, reforçando que na prática, o que as pessoas gostam mesmo é de ter os pés no chão e aproveitar a natureza e a proximidade uns com os outros.

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