Com Lula e Motta, João Campos assume a presidência do PSB em evento em Brasília
Campos tomou posse na convenção nacional do PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin. Lula e Motta discursaram na cerimônia.
Presidente Lula e João Campos, prefeito de Recife — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o prefeito de Recife, João Campos, assumiu a presidência do PSB neste domingo (1º), durante a convenção nacional do partido neste fim de semana, em Brasília.
Além de Lula, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o vice-presidente Geraldo Alckmin, que é vice-líder do partido, também participaram da solenidade.
João Campos tem 31 anos e é prefeito de Recife pelo segundo mandato consecutivo. Ele é filho do ex-governador Eduardo Campos e bisneto do ex-governador Miguel Arraes, ambos já falecidos.
Assumindo a presidência do PSB, Campos dá sequência ao histórico familiar na legenda, que já foi comandado pelo seu pai e bisavô.
Durante o discurso, ele sinalizou que o partido defende a manutenção da aliança entre Alckmin e Lula para as eleições de 2026.
“[A aliança Lula-Alckmin] aconteceu por força da democracia e por imposição das circunstâncias que o nosso país precisava. E foi uma grata construção, porque Alckmin virou um grande companheiro de partido, um grande vice-presidente”, disse.
“A nossa expectativa, e o que o partido vai defender, é a manutenção desta aliança de Lula e Alckmin para presidente e vice-presidente da República em 2026. Essa é a visão que o partido tem, essa é a construção que a gente vai trabalhar”, prosseguiu.
Na fala, o presidente do PSB também agradeceu a presença de Lula, e ressaltou a proximidade entre os dois partidos.
“Quero agradecer aqui ao presidente Lula. A gente sabe, presidente, que para mim é uma honra ser também um poder participar desse momento histórico ao lado do seu partido. Não existe, no nosso mundo democrático, nenhuma liderança viva, autêntica, exercendo um mandato, unindo uma nação e fazendo pelo seu povo do tamanho do presidente Lula”, disse.
“O nosso compromisso democrático vai além de eleição em eleição. O PSB foi decisivo para a construção da vitória em 2022 com a aliança de Lula e de Alckmin. Desde a construção da filiação democrática, do bem que foi para gente presidencial, de receber e de acolher o nosso partido, a importância que isso teve para o nosso país”, prosseguiu.
RELACIONAMENTO COM O CONGRESSO
Lula também discursou e, na fala, citou a possibilidade de se candidatar à reeleição, em 2026.
“Para que eu seja candidato a reeleição, tem algumas coisas na minha vida. Primeiro, eu tenho que estar 100% de saúde como eu estou hoje. 100% de saúde. A outra coisa é que eu tenho que curtir o programa”, ponderou.
Pressionado pelo Congresso, o petista também cobrou mais atuação dos partidos para as eleições do Congresso, para deputados e senadores.
“Em 2026, nós precisamos pensar o seguinte, precisamos eleger senador. Porque se esses caras elegerem a maioria dos senadores, eles vão fazer uma bagunça nesse país”.
O presidente também defendeu que é preciso pensar no futuro, e que “alguma coisa está errada” no país, em meio aos ataques recentes à democracia.
“Se não tiver partido forte, a democracia fica fragilizada.[…] Alguma coisa tá errada, ou na história de candidato, ou no nosso discurso, ou nos nossos programas. Alguma coisa está errada que o povo não compreende. Então é preciso que a gente descubra”, disse.
Durante a fala, o petista também fez afagos ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
“Independente do partido que você pertence, independente, ou seja, o teu comportamento e a tua eleição na Câmara é a demonstração de que desde tantas coisas ruins que nós vivemos, começam a acontecer coisas boas”.
CONFLITO EM GAZA
Durante o discurso, Lula voltou a condenar os ataques de Israel à Faixa de Gaza, e a expansão dos assentamentos israelenses no território.
Segundo o petista, “nem o povo de Israel quer essa guerra” que, segundo ele, se trata de um “genocídio”.
Durante a fala, ele leu uma nota do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), condenando a expansão dos assentamentos israelenses.
“O Brasil repudia as recorrentes medidas unilaterais tomadas pelo governo israelense, que, ao imporem situação equivalente a anexação do território palestino ocupado, comprometem a implementação da solução de dois Estados”, diz a nota, lida pelo presidente.