João Doria pede desculpas por declarações sobre a prisão de Lula

Cinco anos depois de celebrar a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva pela Polícia Federal, João Doria voltou atrás e pediu desculpas publicamente pelas declarações que fez 2018, logo após o episódio. A fala surpreendente do ex-governador ocorreu durante participação no podcast Flow News, na última sexta-feira, 22.

Imediatamente após a prisão, João Doria, então prefeito de São Paulo e pré-candidato ao governo paulista, expressou sua alegria nas redes sociais, escrevendo: “Esta decisão lava a alma dos bons brasileiros”. No entanto, em sua recente aparição no podcast, Doria admitiu que suas palavras foram inadequadas.

“Aquilo foi uma declaração imprópria, e eu não tenho problema em reconhecer. Isso me ajuda a ser uma pessoa melhor, mais respeitada. Eu sei pedir desculpas, sei reconhecer quando eu erro. Não foi uma declaração adequada”, afirmou.

Além disso, o empresário também se retratou por outra postagem, feita já como governador em 2019, na qual ironizou a iminente transferência de Lula para o presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, uma medida que acabou sendo revogada antes de ser concretizada. Doria assegurou que Lula seria “tratado como os outros presidiários” e que poderia “fazer algo que jamais fez na vida: trabalhar”.

Doria reconheceu o erro dessa declaração também: “Eu não poderia jamais confrontar a Justiça. A Justiça determinou que ele fosse mantido dentro do sistema prisional, mas aquela frase foi uma frase imprópria, inadequada, pela qual eu me desculpo, inclusive”, disse ele durante a entrevista no Flow.

João Doria, que se elegeu governador nas eleições de 2018 em uma aliança com Jair Bolsonaro, afastou-se do bolsonarismo nos anos seguintes, mantendo críticas ao petismo, numa tentativa de se posicionar como uma terceira via em meio à polarização política. No entanto, seu projeto de uma candidatura própria ao cargo de Presidente não se concretizou. Nas eleições do ano passado, Doria chegou a declarar que votaria nulo no segundo turno entre Lula e Bolsonaro.

 

 

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Isso vai fechar em 0 segundos