Jogador de futebol morre após levar choque no pescoço e ficar internado por 10 dias

O jogador de futebol Douglas Gomes da Silva, de 22 anos, faleceu na manhã deste domingo, 5, no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia, após sofrer uma parada cardíaca. Natural de Davinópolis, Douglas atuava como zagueiro do time local e estava internado há 10 dias após ser vítima de um choque elétrico enquanto trabalhava em uma propriedade rural nas proximidades de Santo Antônio do Rio Verde, no distrito de Catalão.

O jovem havia recebido alta da UTI no sábado, 4,  e estava se recuperando em um quarto de enfermaria, mas não resistiu aos danos causados pela descarga elétrica. Apaixonado pelo futebol, ele participava de competições amadoras na região de Catalão e havia jogado por diversos times locais.

O acidente aconteceu na manhã de sexta-feira, 27, quando Douglas estava fazendo a entrega de uma máquina agrícola em uma estrada vicinal. Durante o trabalho, ele tentou remover um galho de árvore que obstruía a passagem do equipamento, mas não percebeu a presença de um fio elétrico, que acabou tocando seu pescoço. O choque resultou em queimaduras graves no rosto, peito e lado direito do corpo.

Após o ocorrido, Douglas foi socorrido por pessoas que passavam pelo local e levado ao Pronto-Socorro da Santa Casa de Catalão. Devido à gravidade dos ferimentos, ele foi transferido para o Hugol, mas, apesar dos esforços médicos, não conseguiu sobreviver.

 

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Opinião: Acertos, erros e interrogações da SAF na Portuguesa

Opinião: os primeiros acertos, erros e interrogações da SAF da Portuguesa

Pouco mais de um mês após assumir a Lusa, SAF soma acertos importantes fora de
campo, erros gritantes de comunicação e interrogações na montagem do elenco

Depois de se transformar em SAF, Portuguesa terá novo Canindé
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Neste início de 2025 a Portuguesa completou o primeiro mês como Sociedade
Anônima do Futebol. O contrato com a Tauá, a Revee e a XP foi assinado em 29 de
novembro. Já a coletiva de apresentação da SAF ocorreu na semana seguinte, em 3
de dezembro.

Trata-se de um tempo curto, mas intenso. Não poderia ser diferente, afinal, a
Lusa estreia no Paulistão já no dia 15 de janeiro, no Allianz Parque, diante do
Palmeiras. Será, pelo terceiro ano seguido, um campeonato crucial para o futuro
do clube.

Permanecer na elite estadual não só simboliza vantagem financeira, pela gorda
cota de participação, como uma chance enorme de obter vaga na Série D do
Campeonato Brasileiro de 2026. Uma garantia para o caso de não subir à Série C
em 2025.

Todo mundo sabia que não haveria tempo para adaptação e aclimatação. Portanto,
quem acompanha o dia a dia da Portuguesa certamente ficou com a sensação de que
esse mês valeu por uns dois, três, quatro meses, tamanhas as novidades, as
crises, as dúvidas.

DE tentou se explicar, alegou que alguns perfis com histórico de ofensas
dependiam de aprovação prévia, que não excluiu, etc. Fato é que não colou. Até
porque o meio é restrito, as pessoas se conhecem, e sabem que a maioria jamais
incorreu nisso.

1 de 1 Alex Bourgeois promete time competitivo no Paulistão 2025 — Foto: Dorival
Rosa/ Portuguesa

Apesar do pouco tempo, já é possível visualizar com clareza os primeiros
acertos, erros e interrogações que partiram da SAF. Alguns bem previsíveis, e
até naturais de um começo de trabalho, e outros relativamente evitáveis ou
desnecessários.

Os primeiros acertos, sem dúvida alguma, ocorreram na parte jurídica. A Lusa já
havia obtido uma vitória importante ao conseguir restabelecer, na Justiça do
Trabalho, aquele acordo de pagamento parcelado a credores, livrando-se de
penhoras e bloqueios.

Foram meses de tentativas de reverter uma decisão que havia simplesmente
derrubado o acordo vigente desde 2021 e asfixiado o clube, congelando todas as
fontes de receita. Essa vitória, de retomada do acordo, é importantíssima
inclusive para a SAF.

Afinal de contas, clube e SAF ganham fôlego enquanto tentam colocar de pé a
recuperação judicial. E daí veio mais uma vitória. Ainda em dezembro, os
advogados que trabalham com os investidores deram entrada nesse processo. Em um
tempo muito curto, receberam sinal verde da Justiça para os próximos passos.

Ainda não significa que a recuperação judicial foi aprovada e sim que foi dada a
largada no processo. Nos próximos meses, clube e investidores terão exigências a
cumprir. Espera-se que, até o fim do ano, saia a tão esperada homologação da RJ.

Homologação essa que faria a Lusa deixar de depender só do acordo trabalhista,
organizar todos os débitos, começar a pagar com base nas receitas da SAF, e
entrar em um trilho de reestruturação. Um processo que, sem o envolvimento de
escritórios como os trazidos pelos investidores, não conseguiria ser levado a
cabo pelo clube sozinho.

Outras “bolas dentro” ocorreram na estruturação do departamento de futebol, como
acertos de pendências deixadas pelo clube, melhorias na operação do centro de
treinamentos (como, por exemplo, na alimentação), ampliação e profissionalização
da área de análise de dados, e principalmente a chegada de Turíbio Leite de
Barros.

Referência em fisiologia esportiva no país, idealizador e criador do REFFIS do
São Paulo, chegou já fazendo parcerias com empresas para equipar o CT e dar
outro padrão de tratamento a jogadores, desde as categorias de base até os
profissionais.

Já os primeiros erros da SAF se concentraram na comunicação. A torcida se
assustou com o CEO, Alex Bourgeois, usando as redes sociais dele, pessoais, para
anunciar os primeiros reforços, teorizar sobre o futebol brasileiro, justificar
contratações, etc, de modo que acabou soando ao público como algo mais
provinciano do que transparente.

Na sequência, a torcida se revoltou ao ver as redes sociais do clube tratando um
rival por um apelido carinhoso. Algo que só faria quem de fato não conhece a
Portuguesa e a torcida rubro-verde. Uma situação evitável, desnecessária,
tropeço no próprio pé.

Na mesma linha, quando começaram a vir críticas às contratações, comentários de
torcedores foram apagados nas redes sociais. Alguns perfis que sempre
interagiram com a Lusa perceberam terem sido bloqueados. Ações que jamais haviam
sido adotadas.

A SAF tentou se explicar, alegou que alguns perfis com histórico de ofensas
dependiam de aprovação prévia, que não excluiu, etc. Fato é que não colou. Até
porque o meio é restrito, as pessoas se conhecem, e sabem que a maioria jamais
incorreu nisso.

O lado positivo é que a SAF mudou bastante de postura na comunicação. Bourgeois
tirou o pé na condução das redes sociais próprias, a Portuguesa adotou um tom
mais sóbrio nas publicações, perfis foram desbloqueados e comentários não mais
excluídos.

E a principal medida concreta: a contratação do jornalista Elcio Mendonça como
gerente de comunicação da SAF. Além de torcedor rubro-verde, e portanto um
profundo conhecedor do mundo Canindé, é um profissional qualificado e
reconhecido na mídia. Uma medida que simboliza a admissão de necessidade de
melhora.

Por fim, este primeiro mês reservou diversas incógnitas, quase todas ligadas ao
futebol. A primeira foi a escolha de Cauan de Almeida, de 35 anos, como
treinador. Jovem, estudioso, considerado promissor entre a nova geração, de
estilo propositivo, teve pouca experiência em times principais, a maior parte
como auxiliar ou técnico de base.

Uma escolha que combina com o projeto de médio/longo-prazo de trabalhar a base,
formar atletas, montar elencos mais jovens, com potencial de negociação, etc,
mas que gera temor pelo pouco tempo de preparação e pela dificuldade que impõe o
Paulistão.

Outra incógnita está na montagem do elenco. Os primeiros nomes assustaram a
maior parte da torcida. Havia muitos jovens, alguns com poucas partidas
disputadas na temporada passada, atletas que a Lusa sem a SAF teria cacife para
contratar. Os nomes mais experientes, porém, começaram a chegar depois – mesmo
que timidamente.

A maioria esperava um técnico mais experiente e pragmático, um elenco mais
cascudo e conhecido, com nomes que a Portuguesa não conseguiria trazer sem a
SAF, alguns em um momento mais promissor da carreira. Há um pouco de tudo nessa
reação.

Há a carga dos últimos anos com a qual a torcida se traumatizou e há a
expectativa altíssima de grandes investimentos quando se fala em SAF. Porém,
também há um pé mais fincado no chão por parte dos investidores do que faziam
supor as promessas.

Sabe-se que, de garantido mesmo, está um investimento de R$ 12 milhões para a
temporada atual. Como foi exaustivamente repetido no processo de aprovação da
SAF, mais R$ 18 milhões serão liberados quando da homologação da recuperação
judicial.

Também é de conhecimento geral que esses R$ 12 milhões abarcam pagamento de
pendências anteriores do futebol, folha salarial de funcionários, despesas
operacionais, etc. Lembrando que a cota do Paulistão já havia sido torrada pela
Lusa no ano passado.

Todo esse cenário reforça o ditado: “cautela e canja de galinha nunca fizeram
mal a ninguém”. Precaução, portanto, é palavra de ordem na arquibancada do
Canindé. Até aqui não há como cravar sucesso ou fracasso. Só com a bola rolando
se verá

A SAF, porém, não foi pega de surpresa. Os investidores sabiam que encarariam
uma bucha enorme a pouco mais de um mês para um Paulistão. Tinha de tentar errar
o menos possível no primeiro mês. E agora precisa errar menos ainda no estadual,
em que a pressão cresce, assim como a cobrança por cumprir as promessas feitas.

Torce-se para que as interrogações migrem para o grupo dos acertos. E para que a
SAF tenha aprendido, mesmo em tempo recorde, com os erros cometidos até aqui.
Sobretudo os de comunicação e de entendimento da arquibancada, da importância
dela. O Paulistão, mais uma vez, não pode dar errado. Nem com a bola, nem com a
torcida.

*Luiz Nascimento, 32, é jornalista da rádio CBN, documentarista do Acervo da
Bola e escreve sobre a Portuguesa há 15 anos, sendo a maior parte deles no ge.
As opiniões aqui contidas não necessariamente refletem as do site

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